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domingo, 17 de agosto de 2014

Actos que nos orgulham:

Quem assistiu ao final da prova de atletismo, Cinquenta Quilómetros Marcha, em Zurique, que conta para o Campeonato da Europa, não deixa de se sentir orgulhoso pela vitória e record do Mundo. Quem a venceu foi um atleta francês de nome Yohann Diniz, neto de um português de Mirandela, que como outros portugueses emigrou há muitos anos para França. Esse francês antes de cortar a meta pedia à assistência uma Bandeira Portuguesa. Nesse vaivém sabia que qualquer segundo perdido podia ser o bastante para não bater o recorde do mundo. Não se importou. Antes de tudo estava a Pátria do seu avô. E, houve quem lhe oferecesse a Bandeira Portuguesa que com tanto gosto a exibiu juntamente com a bandeira francesa. 
 Avô que partiu deste país à procura do que a sua Pátria lhe negava. Talvez emigrante a salto e com Mala de Cartão. Que viveu em barracas mas nunca se esqueceu da sua Pátria. E, que talvez ainda contribuiu como muitos com as suas remessas de francos para ajudar quem o desprezava. Era assim nessa época. 
Outro qualquer queria lá saber da Bandeira Portuguesa. Temos tantos neste País. Que lhes interessa mais o ter do que o saber. Que de actos patrióticos andam arredados. O que lhes interessa é o populismo e a sua carteira. Que saíram da sua terra para Lisboa com uma mão à frente e outra atrás e, passados uns anos voltaram ali ao volante de um Porsche. Quando às vezes conduzidos por um motorista. É assim este triste Portugal. Quase todos à procura de se governarem e não procurarem governar quem acreditou neles. Manada de chupistas. 
Estou convencido que quando o povo acordar desta nostalgia que vai exigir contas. Depois vai perceber porque um francês pediu uma Bandeira Portuguesa para a exibir e ter orgulho nela e na Pátria do seu avô. 
São estes actos e outros idênticos, mas que não abundam, que nos dá vontade de acreditar que este Portugal vai-se desvencilhar desta cambada de gatunos. 
Por isso eu elogiar o acto de Yohann Diniz. É de pessoas assim que o País precisa. Do dar e não esperar por receber.

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