As eleições já eram:

Foi um fim de domingo bonito e alegre. Os calmantes deixaram de ser tomados por uns para serem tomados por outros. As bocas de uns eram sorrisos a toda a largura da face e, outras carrancudas, que pareciam que estavam fechadas com fechos éclair. 
Não admira! Subestimaram a adversária. Só que ela é de uma fibra que surpreendeu todos os Freamundenses. E de poder de encaixe e modéstia sem limite. Nunca respondeu a provocações e foram bastantes e mordazes. Também não cantou vitória antes do tempo como alguns adversários.

“Esta forma peculiar que ele tem de se relacionar com o próximo, de o escutar, mas sobretudo de resolver os problemas que as pessoas lhe apresentam, deve ser a principal característica de um candidato a presidente da freguesia, pelo que eu atrevo me a afirmar que o Toninho é a acção social nas suas variadas valências, é solidário é preocupado com os idosos, com as crianças e com os mais necessitados, a quem sempre dirige uma palavra amiga e de conforto e a quem em primeira instância dirige a sua actuação.

Mas é ao mesmo tempo um homem reivindicativo e exigente com os que o rodeiam sobretudo nos corredores do poder, por isso caro amigo Pedro Pinto, sabes que a partir do próximo dia 30, terás no Toninho Correia, um amigo e teu defensor mas tb alguém que será capaz de ir até as últimas consequências em defesa de Freamunde, da sua terra e do seu povo.” Texto escrito a vinte e sete de Setembro.

Armanda Fernandez e os seus colaboradores não usaram esta confiança ou cantaram vitória antes do tempo. Sabe que é o povo que tem a última palavra. Por isso meteu os pés ao caminho para contactar com todos os Freamundenses sobre o seu projecto. Por uns, bem recebida, por outros, nem tanto. A vida é mesmo assim.

Também não teve os mesmos meios que a candidatura, Juntos. Conseguimos, teve. Não podia pôr máquinas a desbravar caminhos, limpar presas e colocar candeeiros no Parque de Lazer que há muito deviam ter sido colocados. Por isso a sua modéstia. Sabia que este tipo de campanha podia modicar a vontade de alguns eleitores. Mas… também tinha a percepção que os Freamundenses não vão neste tipo de engodo. Por isso o dizer: - vamos continuar a bater as casas dos Freamundenses mostrando-lhes que isto é tudo um embuste. Que passadas as eleições não vai haver pressa no acabar do evento da Cerca. - Não sei se vai ser assim mas desconfio que sim.

Assim se chegou a sexta-feira último dia de campanha eleitoral. Até nisto o PS foi esperto e audaz. Fez a campanha de encerramento em Freamunde com uma caravana automóvel que correu todas as freguesias do concelho. Não há memória de tamanha caravana. Eram carros e mais carros! Camiões e mais camiões! Era um nunca mais acabar. O centro de Freamunde era pequeno para suportar tanto trânsito. Assim como todos os candidatos a Presidente de Junta de Freguesia do concelho que concorriam pelo PS fizeram aqui o seu poiso. Sabem que Freamunde tem bastante peso político no concelho e não é para olvidar. E a prova disso foram os duzentos e vinte e três votos que Humberto Brito teve mais que Pedro Pinto na sua terra de residência. É nestas “pequenas” coisas que se começa a construir a vitória

A caravana tinha acabado de chegar e Armanda Fernandez veio estar comigo - estava a ver a caravana chegar. - Disse-me, que tal! - Vi nos olhos dela uma alegria difícil de conter. Disse-lhe para não se entusiasmar que as eleições só se ganham quando as urnas fecham. Respondeu-me com emoção. - Sei disso e até lá não vou cantar vitória mas se ganhar vou fazer uma festa de arromba. Não lhe respondi mas disse para o meu íntimo: - merece-o porque foi de uma humildade a todo título da palavra e de uma fibra a toda a prova, até digo mais, de antes quebrar que torcer.
Agora que estão acabadas as eleições e quando tomar posse lembre-se dos Freamundenses. Porque os mesmos que agora lhe deram a vitória podem-na retirar daqui a quatro anos. Vai sentir dificuldades. O quadro eleitoral em Freamunde inverteu-se. Se não conseguir consensos com as outras forças políticas divulgue-as. Tenha sempre presente que os Freamundenses estão acima de tudo. Precisam ser informados das decisões que se tomam ou não tomam. Se assim fizer julgo que os Freamundenses estão consigo e compreendem a situação. Se não der cavaco a alguém, esse alguém, daqui por quatro anos não dá cavaco à Armanda. E mais do que qualquer pessoa sabe o sacrifício porque passou para chegar a Presidente da Junta de Freguesia de Freamunde. Não o desperdice.