Primo, mulher ou filho, a relação familiar pode variar, mas a
etimologia de nepotismo é como a prova do algodão: a origem da palavra é
"nipote", que em italiano quer dizer sobrinho. O nepotismo é de país
do Sul, evidentemente. Cola-se--nos aos costumes, a todos PIGS - tugas,
macarronis, coños e outros comedores de iogurte com pepino picado -, gente
mediterrânica que começa a corrupção logo lá em casa. Sabem como termina a
Carta de Pêro Vaz de Caminha ao Rei, depois do achamento do Brasil? A pedir um
favor para o genro! E depois não queremos os alemães a dar-nos lições... Agora,
mais uma região europeia do Sul, palco de nepotismo. Há 15 dias, o líder
parlamentar de um partido do Governo demitiu-se do cargo, depois de se saber
que empregava a mulher como sua secretária há 23 anos, com salário mensal de
5500 euros pago pelo Parlamento. Na semana passada, o presidente da comissão
parlamentar de Finanças, do mesmo partido, também se demitiu: tinha há dez anos
como assalariados, pagos pelo Parlamento, a mulher e os dois filhos. Estes,
quando começaram a mamar dos dinheiros públicos, tinham 13 e 14 anos. Apesar de
se terem demitido dos cargos de direção, os dois políticos continuam deputados.
No Sul pode haver muito défice, mas não de falta de vergonha. Ah, já me esquecia,
a região europeia de que falo é a Baviera, no Sul da Alemanha. E os deputados,
Georg Schmid e Georg Winter, são da CSU, da coligação de Angela Merkel.
FERREIRA FERNANDES
Hoje no DN
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