Há dois anos, fazem hoje precisamente, o País pós vinte e cinco de Abril viveu um dos seus piores
dias. Na Assembleia da República na votação do PECIV toda a oposição o chumbou.
Houve palmas de contentamento, sorrisos e se abraços não houve foi por decoro e
as televisões estarem a transmitir a votação em directo. Se não fosse esse o
caso havia abraços e palmadas nas costas tal era a alegria. Vontade em alguns
não faltava.
Portugal entrava assim numa crise política pois o governo ia apresentar
a sua demissão ao Presidente da República. Até este se sentiu satisfeito com
tal decisão. Não moveu um dedo para arranjar soluções. Sentia-se vingado. Não
lhe dava jeito ter um Primeiro-ministro que cativava mais os portugueses que
ele. Até se armou em vítima nas escutas a Belém.
Com o chumbo do PECIV todos os analistas diziam que Portugal ia ganhar
outra dinâmica e os mercados estrangeiros iam ver com outros olhos Portugal. Só
que as dificuldades começaram a aumentar e até Ângela Merkel criticava a irresponsabilidade
de toda a oposição pelo chumbo do PECIV.
As empresas de ranking começaram a desvalorizar o PIB português e
começaram a tratar-nos como lixo. Este tratamento convinha à oposição. Quanto
mais desvalorização menos hipóteses tinha o PS de ganhar as eleições.
Passos Coelho via uma oportunidade para chegar junto dos pais e dizer
que era Primeiro-ministro de Portugal. Esta lenga- lenga já tinha resultado com
outro presidente do PSD. O que abandonou o País para se tornar presidente da
União Europeia. Só sabe desempenhar papéis de presidente. Assim aconteceu e
Passos Coelho sorria com o contributo que PCP, BE, CDS e Verdes lhes deu.
Só que o tempo é a melhor testemunha e conselheiro. Tudo o que foi
prometido na campanha eleitoral por Passos Coelho desmoronou. Melhor nível de
vida; menos impostos; melhores regalias sociais; mais saúde e menos taxas
moderadoras; melhor educação, os professores não iam precisar de fazer greves,
o governo ia-lhes resolver os problemas de avaliação e colocação; não ia ser
cortado os subsídios de férias e décimo terceiro mês; não precisava cortar salários e haver despedimento. Tudo isto foi dito sobre
a honra da palavra de Passos Coelho. Só que a honra de Passos Coelho está onde
por questões de educação não digo.
Assim com essa honra e governação o País chegou ao que chegou. Não
acertam um orçamento. Unem o que até à bem pouco, era impensável: pôr entidades
patronais em sintonia com as sindicais.
Assim chegamos ao que somos hoje. Onde quer que vá um membro do governo
é recebido com vaias de gatuno, incompetente, fascista e mentiroso. Passos
Coelho quando há dois anos se vangloriava como o campeão da honestidade só
governou na base da mentira.
Por isso um dia a história lhe vai pedir responsabilidade pelo acto de
traição que foi chumbar o PECIV e que passados estes anos já fez mais PECS que
algum governo durante toda a legislatura. Portugal está pior e se não forem
corridos o abismo está à porta.
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