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sábado, 23 de março de 2013

O vinte e três de Março e o PECIV:


Há dois anos, fazem hoje precisamente, o País pós vinte e cinco de Abril viveu um dos seus piores dias. Na Assembleia da República na votação do PECIV toda a oposição o chumbou. Houve palmas de contentamento, sorrisos e se abraços não houve foi por decoro e as televisões estarem a transmitir a votação em directo. Se não fosse esse o caso havia abraços e palmadas nas costas tal era a alegria. Vontade em alguns não faltava.
Portugal entrava assim numa crise política pois o governo ia apresentar a sua demissão ao Presidente da República. Até este se sentiu satisfeito com tal decisão. Não moveu um dedo para arranjar soluções. Sentia-se vingado. Não lhe dava jeito ter um Primeiro-ministro que cativava mais os portugueses que ele. Até se armou em vítima nas escutas a Belém.
Com o chumbo do PECIV todos os analistas diziam que Portugal ia ganhar outra dinâmica e os mercados estrangeiros iam ver com outros olhos Portugal. Só que as dificuldades começaram a aumentar e até Ângela Merkel criticava a irresponsabilidade de toda a oposição pelo chumbo do PECIV.
As empresas de ranking começaram a desvalorizar o PIB português e começaram a tratar-nos como lixo. Este tratamento convinha à oposição. Quanto mais desvalorização menos hipóteses tinha o PS de ganhar as eleições.
Passos Coelho via uma oportunidade para chegar junto dos pais e dizer que era Primeiro-ministro de Portugal. Esta lenga- lenga já tinha resultado com outro presidente do PSD. O que abandonou o País para se tornar presidente da União Europeia. Só sabe desempenhar papéis de presidente. Assim aconteceu e Passos Coelho sorria com o contributo que PCP, BE, CDS e Verdes lhes deu.
Só que o tempo é a melhor testemunha e conselheiro. Tudo o que foi prometido na campanha eleitoral por Passos Coelho desmoronou. Melhor nível de vida; menos impostos; melhores regalias sociais; mais saúde e menos taxas moderadoras; melhor educação, os professores não iam precisar de fazer greves, o governo ia-lhes resolver os problemas de avaliação e colocação; não ia ser cortado os subsídios de férias e décimo terceiro mês; não precisava cortar salários e haver despedimento. Tudo isto foi dito sobre a honra da palavra de Passos Coelho. Só que a honra de Passos Coelho está onde por questões de educação não digo.
Assim com essa honra e governação o País chegou ao que chegou. Não acertam um orçamento. Unem o que até à bem pouco, era impensável: pôr entidades patronais em sintonia com as sindicais.
Assim chegamos ao que somos hoje. Onde quer que vá um membro do governo é recebido com vaias de gatuno, incompetente, fascista e mentiroso. Passos Coelho quando há dois anos se vangloriava como o campeão da honestidade só governou na base da mentira.
Por isso um dia a história lhe vai pedir responsabilidade pelo acto de traição que foi chumbar o PECIV e que passados estes anos já fez mais PECS que algum governo durante toda a legislatura. Portugal está pior e se não forem corridos o abismo está à porta.       

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