Quando deparo com imagens dos ministros deste (des)governo penso invariavelmente num velho filme que o Tod Browning rodou em 1932: Freaks. Porque aquela gente integra uma galeriazinha de horrores de aspeto mais ou menos convencional, mas eivada de índoles, que as torna verdadeiramente monstruosas.
Veja-se o inenarrável ministro das Finanças, que quis abrilhantar-se à conta da repescagem de ter o país de tanga e, ontem, a desdizer-se na reunião do Eurogrupo, onde lhe pediram explicações sobre as mentiras proferidas a respeito da herança colhida de Fernando Medina. Ou a antiga bastonária dos Farmacêuticos, nomeada por Fernando Araújo para liderar o Hospital de Santa Maria demonstrando não ter unhas para tal guitarra mas, depois, a desconsiderar o “padrinho”, que lhe expusera tão evidente incompetência. Ou a ministra do Trabalho que, apesar dos pergaminhos aristocráticos, revelou tanta falta de chá na forma como enlameou Ana Jorge e, por isso mesmo, se viu denunciada quanto à fétida personalidade.
Os resultados de tão vetusta gente resume-se a mão cheia de nada, e outra de coisa nenhuma para quem mais precisa comprovando-se isso mesmo no pacote para a habitação, que apresentou por estes dias. A não ser para o senhorios e os especuladores do alojamento local, que ganharam mãos ainda mais livres no empurrarem para os subúrbios os poucos, que ainda iam conseguindo arte de viverem nas grandes cidades.
Voz dos donos, a comunicação social achou importante a falácia e até a vendeu como alteração estratégica de um governo que feito roda mandada no mês anterior, prometeria ser doravante roda mandante da ação política.
Não sobrarão dúvidas a ninguém em como algo de novo acontecerá no final do ano, quando for discutido o orçamento para o próximo ano e advirá uma de duas hipóteses: ou novas eleições, que poderão devolver às esquerdas a maioria parlamentar, ou a definitiva rendição da AD à versão trauliteira da extrema-direita, já que a costela liberal desta última continua com escrúpulos em ligar-se à que vê como indigesta.
Abundam, de facto, os freaks nas direitas que, por má sina, temos de aturar. E, se não vejam-se os doze votos do “público português” atribuídos à canção dos genocidas israelitas em contraponto com o júri oficial, que a ignorou. Mas, procurando iludir-se com relevância efémera, andam por aí uns reacionários sem pejo de abrirem os cordões à bolsa para, mediante as chamadas de valor acrescentado, julgarem possível a distorção da realidade. Afinal a mesma gente que, em tempos, deu a Salazar a falsa coroa de português mais popular da História lusa.
Só não dá para ter vergonha de tal gente porque, freaks por freaks, eles há-os em todas as geografias.
Publicada por jorge rocha
Do blogue Ventos Semeados
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