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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A chuva diluviana que se abateu sobre Macron e Marcelo:

Durante a recepção na Praça do Império presta-se a mil interpretações soturnas e empresta à cerimónia uma nota de fim de era. Os dois regimes envolveram-se numa guerra antecipadamente perdida, empurrados por delírios ideológicos e uma notória falta de informação, agravando a penitência que certamente terão de pagar por não terem acautelado o interesse nacional dos respectivos países. A derrota francesa só será diferente da nossa na proporção do peso que um e o outro países possuem no tablado internacional. Se a França foi escorraçada da África francófona, onde punha e depunha presidentes, Portugal terá perdido capital de prestígio junto da lusofonia, sobretudo no Brasil que aqui veio na pessoa do seu Presidente pedir-nos que não nos envolvessemos em demasia num conflito que não era nosso. Não sabemos ainda o que restará da França com projecção mundial após a guerra, mas no que a Portugal respeita, a doidice anti-russa não só comprometeu o entrosamento com o Brasil, como também chamuscou as excelentes relações que tínhamos com a China. Nós bem dizíamos, debalde, que não era "putinismo", nem "russismo", mas interesse nacional.

Miguel Castelo Branco

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