(Por José Gabriel, in Facebook, 29/01/2025)
Sobre a patética história da ameaça dos navios russos que navegavam ao largo da costa portuguesa – como fazem os de todas as nacionalidades, posto que não há atalhos disponíveis – o general Isidro – o paladino dos trouxas – sublinhou, perante o ceticismo reinante, que há ainda os submarinos russos. Há-os por todo o lado, garante. Isto fez-me hesitar. É que me lembrei de uma história, passada há já umas décadas, que parece dar razão ao estrelado comentador.
Naquele tempo, tinha um colega que, pescador emérito, fazia uma féria substancial pescando e vendendo robalos que apanhava ali no mar da Figueira da Foz. De vez em quando, em conversa nos intervalos das aulas, falávamos, entre outros assuntos, das suas proezas de pescador. E ele contava, como é da praxe nos que se dedicam à atividade pesqueira, histórias dos seus sucessos, insucessos e, sobretudo, dos quase-sucessos. A estas histórias não faltava o pitoresco, o exagero e as gordas metáforas.
Um dia, contava-me ele, tinha fisgado um robalo de um tamanho nunca visto. Seguiu-se uma luta titânica, que o meu amigo ilustrava com gestos e uma dança guerreira pela sala de professores fora. Mas, ó inclemência, o monstro levou a melhor e fugiu. O infeliz protagonista, neste passo, sentou-se numa cadeira e, desalentado, suspirava: “Aquilo não era um robalo; era um submarino!”
Ora aqui está. De repente, lembrando este episódio, levei mais a sério o aviso do subido Isidro. Pois se há décadas já andavam, ali pelo cabo Mondego, submarinos disfarçados de robalo, imaginem agora!…
Do blogue Estátua de Sal
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