Ao contrário do que André Ventura e o seu partido também agora pretendem fazer crer, com o teatro da passagem de Arruda a deputado dito independente, autênticos casos de polícia, como este agora revelado, estão longe – mas mesmo muito longe – de ser uma excepção nas hostes do Chega. Desde logo porque, pelo menos, cerca de um 1/5 dos deputados do Chega que se sentam no Parlamento terão, ou já terão tido, problemas graves com a Justiça. E também porque, se para além desse conjunto de deputados considerarmos outros dirigentes, deputados e autarcas, o número dos envolvidos atingirá as várias dezenas.
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Bruno Nunes, Deputado eleito por Lisboa – tem deixado um rasto de dívidas às Finanças e teve bens penhorados. Uma empresa à qual está ligado, a Orangepopcorn, é presença assídua na “lista negra” dos devedores ao Fisco.
Carla Sofia Carapeto da Silva Couto de Oliveira, Adjunta da distrital de Setúbal, Conselheira nacional, e candidata à Autarquia setubalense e à Assembleia da República – foi sócia-gerente de uma imobiliária declarada insolvente e, segundo informações públicas, terá deixado um conjunto de dívidas na ordem dos 300.000€!
Cristina Rodrigues (ex-PAN), Deputada eleita pelo Porto: foi constituída arguida pelo Ministério Público (MP), em 2022, e sujeita a termo de identidade e residência, por suspeitas de ter acedido indevidamente e eliminado, de forma intencional, milhares de emails do PAN aquando da sua desvinculação deste partido.
Diogo Pacheco de Amorim, Deputado pelo Porto e Vice-Presidente da Assembleia da República: teve as suas contas bancárias penhoradas por dívidas não pagas, algumas relacionadas com um cartão bancário e outras de natureza pessoal. Foi um dos principais dirigentes do chamado Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), uma organização terrorista de extrema direita responsável por inúmeros ataques incendiários e bombistas durante o “verão quente” de 1975, nomeadamente pelo assassinato à bomba, em Cumieira, Vila Real, do Padre Maximino Barbosa de Sousa (o “Padre Max”) e da sua aluna Maria de Lurdes Ribeiro Correia.
Eduardo Cassiano Nogueira Pinto Miranda, n.º 3 da lista pelo círculo de Vila Real – foi condenado, em 2019, a 2 anos de prisão pela prática do crime de burla ao Serviço Nacional de Saúde, num esquema de falsificação de receitas comparticipadas que, segundo o MP, terá lesado o SNS em mais de 300.000€.
Eduardo Teixeira, Deputado eleito por Viana do Castelo – foi acusado de falsas presenças enquanto deputado do PSD, estando em causa a prática de eventuais crimes de falsificação de documentos e/ou falsidade informática, ao conseguir registar-se como “presente” simultaneamente em reuniões em Viana do Castelo e em Lisboa, no Parlamento.
Fábio Lemos, Militante – estará actualmente detido a aguardar julgamento por agredir um imigrante, tendo já sido indiciado por outra agressão a um casal, em 2023 e, anteriormente, em 2021, foi preso por factos relacionados com uma guerra de gangs.
Filipe Melo, Deputado eleito por Braga – foi condenado a pagar uma dívida de 15.000€ acrescidos de juros de mora à Associação que assegurou consultas e tratamentos do seu filho, e, como não pagou, teve o salário penhorado. Por outro lado, mesmo antes deste caso, surgiu na lista pública de execuções por valores que ultrapassavam os 80.000€.
Hélio Filipe, Deputado eleito por Lisboa e Segurança de André Ventura – foi acusado pelo MP, em 2021, pela prática de 16 crimes, entre os quais ofensas à integridade física qualificada, sequestro, extorsão, falsificação de documentos e roubo.
Hugo Ernano, Membro da Assembleia Municipal de Odivelas – militar da GNR que foi condenado, em 2013, a nove anos de prisão pela morte de um menor durante uma perseguição policial e que viu depois, após recurso, a pena reduzida para 4 anos.
Jerónimo Fernandes, Dirigente do Porto – foi acusado de não ter devolvido nem ter revelado o que fez a 13.000€ de donativos para a Ucrânia.
João Esteves da Silva, Vice-Presidente da distrital de Castelo Branco e Conselheiro nacional – foi judicialmente condenado, em 2002, a 3 anos de prisão por um conjunto de furtos diversos, incluindo o roubo do conteúdo de caixas de esmolas, bem como de bens de casas, veículos, lojas e restaurantes.
José Manuel Pombinho Barreira Soares, Deputado eleito por Lisboa – foi acusado de agressão, na forma tentada, contra um deputado municipal do PSD (Rui Rei), durante uma sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira.
Luc Mombito, Dirigente nacional (conhecido pelos “Vivas a Salazar”…) – foi acusado, juntamente com Nuno Pontes (dirigente, autarca e assessor) pelos crimes de ameaça agravada (contra o jornalista da SIC Pedro Coelho) e atentado à liberdade de imprensa.
Luís M. P. Lopes (conhecido por “Simpson”), Militante – foi detido pela Polícia Judiciária, em 2021, por tráfico de armas de guerra. Estava na posse de detonadores, inúmeras munições e dezenas de armas proibidas de diversos calibres e géneros, incluindo pistolas, revólveres, carabinas, caçadeiras, facas e soqueiras.
Luís Paulo Pereira Fernandes, Deputado eleito por Leiria – foi alvo de uma queixa judicial por ter feito desaparecer 236 certidões de outro candidato do próprio partido à Câmara Municipal de Leiria.
Maria Manuela Pereira Tender, Deputada eleita por Vila Real (ex-deputada do PSD) – foi acusada de falsear o registo de presenças na Assembleia da República, no âmbito da polémica das “presenças-fantasma” de 2018, aparentando estar simultaneamente em reuniões da Câmara Municipal de Chaves e em reuniões plenárias da Assembleia da República.
Mário Monteiro, Líder do Chega-Ovar – foi denunciado por entregas de dinheiro ao Presidente da Câmara Municipal de Ovar em troca da adjudicação de uma obra. Admitiu ter sido “correio” de subornos, entregando vários envelopes com numerário, num total de 120.000€.
Milena Alexandra Boto e Castro, Vereadora eleita na Câmara Municipal de Benavente – foi condenada pelo crime de receptação, num processo em que o tribunal deu como provado que terá comprado sucata roubada a um grupo criminoso liderado por um militar da GNR.
Nuno Pontes, Dirigente, autarca e assessor – foi acusado, juntamente com Luc Mombito (dirigente nacional, conhecido pelos “Vivas a Salazar”…) pelos crimes de ameaça agravada (contra o jornalista da SIC Pedro Coelho) e atentado à liberdade de imprensa. Foi ainda acusado pelo crime de posse de arma proibida.
Pedro Alves, Líder do Chega-Aveiro – foi condenado, em 2020, por violência doméstica, a 1 ano e 6 meses de prisão com pena suspensa. Foi ainda obrigado a pagar à vítima uma indemnização de 600€ e a frequentar um programa especial para condenados por violência doméstica.
Pedro Frazão, Deputado eleito por Santarém – foi condenado pelo Tribunal de Cascais a retratar-se publicamente das declarações falsas que proferiu sobre Francisco Louçã, bem como a pagar 100€ por cada dia de atraso na publicação da retratação. Interpôs recurso para o Tribunal da Relação, mas a condenação foi confirmada.
Pedro Pinto, Deputado eleito por Faro e líder parlamentar – foi acusado de insultar e agredir árbitros e adversários durante um torneio de futebol Sub-13, no Crato.
Ricardo Dias Pinto (Ricardo Regalla Dias ou Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto), Deputado eleito por Lisboa – consta na lista pública de execuções com uma dívida de 15.000€.
Rui Afonso, Deputado eleito pelo Porto (defensor público da castração química) – foi acusado de ameaçar, insultar e agredir fisicamente, nos corredores da Assembleia da República, o dirigente do Porto Jerónimo Fernandes.
Rui Paulo Sousa, Deputado eleito por Lisboa – foi acusado pelo MP, em 2022, pelo crime de desobediência, devido a um jantar-comício com 170 pessoas realizado em pleno estado de emergência covid-19. Faltou à verdade ao alegar uma pretensa e realmente inexistente autorização da Direção-Geral de Saúde para o evento.
Sérgio Júnior (também conhecido por “Sérgio Chorão”), Deputado municipal em Braga – foi detido, em Outubro de 2023, pela PSP por tráfico de droga e posse ilegal de armas.
Vítor Ramalho, Candidato a uma freguesia do Concelho de Moura – foi detido e acusado pelo MP por vários crimes (9, de acordo com o relatório da Polícia Judiciária) de homicídio qualificado na forma tentada, por alegadamente tentar matar a tiro um casal de imigrantes. Foram-lhe também apreendidas 13 armas.
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