Estão vivos os principais intervenientes vitoriosos na data que Marcelo Rebelo de Sousa pretende comemorar e que há de ter contribuído para a ansiedade que o consumiu até ao golpe de 7 de novembro.
O país esqueceu o “Documento dos Nove”, “Documento Melo Antunes”, e o autor, que a direita reacionária odiou? Esqueceu o “Grupo dos nove” com Vasco Lourenço, Pezarat Correia, Franco Charais e Sousa e Castro vivos e contrários ao oportunismo reacionário da direita que Marcelo PR comanda?
Esquece que foi Mário Soares que reuniu na Fonte Luminosa uma multidão que gritava “onde está o PSD, que não se vê?” e respondia “está em casa a ver TV”.
Quando a extrema-direita quis confiscar o 25 de novembro foi o grupo dos nove que lhe infligiu a derrota que Marcelo agora quer transformar em vitória. Na desfaçatez habitual promoveu por intermédio de Aguiar Branco o convite aos militares vencedores no 25 de novembro para, na AR, serem figurantes no espetáculo que iniciou na Câmara de Lisboa com outro homem de mão, Carlos Moedas, no feriado do 5 de Outubro que o Governo PS restaurou.
Na democracia, que já leva 50 anos, foram os militares, só militares, que entregaram aos civis, isto é, ao povo, a democracia que usufruímos.
Marcelo ignorou os cinquentenários do 28 de setembro e do “Golpe Palma Carlos” e não quer, no ano que vem, ainda PR, comemorar o 11 de março de 1975. Por que raio anseia comemorar, ele e o atual PSD, o 49.º aniversário do 25 de novembro?
Se deixarmos que um golpista reescreva a História seremos cúmplices do mais covarde atentado contra a verdade e a democracia.
Carlos Esperança
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