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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Calúnia institucional:

CVM - O advogado de José Sócrates diz que o antigo primeiro-ministro já foi absolvido, que não vai ser julgado por falta de indícios, e que aquilo que a Justiça pretende agora é fazer recair sobre Sócrates a responsabilidade pela prescrição do processo. O que é que lhe ocorre dizer?

JMT - A mim o que me ocorre é dizer sobre este assunto é o seguinte. Durante muito tempo eu não percebi porque é que o advogado de Sócrates era Pedro Delille, João Araújo. Sobretudo Pedro Delille era uma pessoa que ninguém conhecia, daqueles que são os chamados advogados mediáticos. O advogado de José Sócrates era Proença de Carvalho, que subitamente desapareceu neste caso. E ficou Pedro Delille. E a gente pensa "mas será que um primeiro-ministro não podia ter assim um cromo mais famoso do direito português?..." Até que Pedro Delille começa a trabalhar. E percebe-se que ele é o advogado perfeito para José Sócrates porque um advogado prestigiado, daqueles que andam mesmo aí nas televisões e a colectar clientes muito importantes, não teria a lata de Pedro Delille porque aquilo tem custos reputacionais, não é? Ou seja, a lata de estar constantemente a apresentar recurso e incidentes de recusa, incidentes de recusa, incidentes de recusa. É uma coisa que um outro advogado diria "Isso não dá, porque eu cruzo-me com essas pessoas nos corredores". Mas Pedro Delille 'táaaaa-se nas tintas! E portanto é o advogado perfeito de José Sócrates. E até porque, de certa forma, é uma espécie de ética comum no que diz respeito ao respeito pelas instituições.

Fonte

Se este fulano enchesse o bolso apenas na Cofina, não perderia uma caloria com ele. Mas acontece que supostos órgãos do “jornalismo de referência” como a TSF, TVI, DN, Público e SIC (pelo menos) já lhe pagaram, ou pagam, para ele ser o que é: caluniador profissional. Isso significa que a figura representa poderes muito mais vastos e fortes. Poderes que emanam directamente dos editores, directores, administradores e accionistas dessas empresas onde ele ganha o pão e os balúrdios. Daí ter-se de falar na sua obra.

Na citação acima, um outro fulano com carteira de jornalista, num programa supostamente de humor, cita um advogado e pede ao caluniador profissional para comentar as suas declarações. As declarações em causa remetem para uma parte fulcral da Operação Marquês: a existência, ou inexistência, de indícios de corrupção com força probatória que justifique o julgamento do cidadão José Sócrates. Que faz o caluniador profissional perante a oportunidade de poder contradizer o tal advogado de forma objectiva, racional e fundamentada? Faz isto:

– Um ataque pessoal ao advogado Pedro Delille, desviando completamente o foco da questão jurídica para uma crítica à personalidade e estratégia profissional do advogado. É a típica falácia “Ad Hominem”, obrigatória na práxis dos biltres.
– Insinua que o advogado não só tem má-fé processual como não tem os escrúpulos necessários para exercer a profissão com honra. É a falácia da “culpa por associação”, ao melhor estilo medieval.
– Manifesta não admitir reconhecer a Pedro Delille independência no exercício da advocacia, nem a José Sócrates o direito constitucional à sua defesa. Isto não é uma falácia, é ódio soberbo e torpe.

Ora, ao lado do caluniador profissional está um intelectual licenciado em Direito, com actividade política no seu currículo, está uma das celebridades mais influentes em Portugal, a qual revela um exímio domínio de palavras difíceis, e está o tal jornalista encartado, que aparenta conduzir o programa. Nenhuma destas almas tugiu nem mugiu ao ouvir uma canalhice que viola princípios fundamentais do jornalismo e do Direito — e que é um asco deontológico de revirar a tripa, desumanização que se pretende violência moral e política. Atitude de cumplicidade daquele trio que se repete vai para quinze anos, perante os mesmíssimos exercícios em que o justiceiro de Portalegre transforma um canal de TV num tribunal populista pronto a enforcar o bandido numa árvore próxima. Esses três, mais o Daniel Oliveira director-geral do entretenimento, mais o Ricardo Costa director-geral de informação, mais Francisco Balsemão dono daquilo, estão muito satisfeitos com o caluniador profissional, sentenciamos sem possibilidade de recurso.

Que o mesmo é dizer, todos eles trabalham com afinco para a construção de uma hegemonia mediática que se sobrepõe às instituições judiciais, capaz de condicionar a opinião pública através de narrativas repetidas e levando à erosão silenciosa dos princípios de presunção de inocência e direito à defesa. Chafurdando na tentativa de deslegitimar o papel fundamental da defesa num Estado de direito democrático, fica como monumento de auto-exposição involuntária, e irónica, a fétida hipocrisia do caluniador profissional ao bolçar que o alvo do seu achincalho não respeita as instituições.

Se Pedro Delille, o qual está tão-só a concretizar o direito constitucional de defesa do seu constituinte dentro da legalidade, não respeita as instituições, que teremos de inferir acerca de quem utiliza o seu vastíssimo poder de influência social para o assassinato de carácter de um advogado só por ser o representante legal de José Sócrates? Isto: o caluniador profissional prefere o dinheirinho no bolso, e as palmadas nas costas da pulharia, à defesa da liberdade.

 por Valupi

Do blogue Aspirina NB

1 comentário:

  1. pedro delille blogspot; renuncia el abogado del exprimer ministro jose socrates; "fabrizio gallo" blogspot; renuncia el abogado de massimo lovati blogspot

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