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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O primeiro ministro, após 18 dias de reflexão:

Sobre o tipo de relacionamento do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros com as Forças Armadas Portuguesas e que teve como episódio mais marcante o da histeria do ministro, da ofensa ao chefe de um Ramo das Forças Armadas e ao comandante de uma unidade militar declarou que não apenas mantém a confiança em Paulo Rangel como mantem a "absoluta confiança", enfatizou.
O papel das Forças Armadas na arquitetura do Estado está definida na Constituição. As Forças Armadas são uma instituição nacional, tem organização e hierarquia definidas constitucionalmente. O ministro da absoluta confiança do primeiro-ministro entende-as como uma banda que toca em seu louvor. Não revela a mais elementar ideia do que é ser "soldado". Deixo aqui. entre as imagens o emblema que pessoalmente considero mais "marcante" das forças armadas: o escudo, a adaga e a coroa de louros.
Julgo que, com a política de hímen complacente hoje em dia dominante que a "cena" do ministro será tomada como uma birra de um irresponsável de toda a confiança.
Estou curioso, mas dentro desse principio do não se passou nada, nas cerimónias do dia 25 de Novembro: o da restauração da ordem, da disciplina, da dignidade das forças armadas, de disciplina, todos os protagonistas surgirão aos olhos do povo alinhados e sorridentes. Afinal a Força Aérea é uma companhia de transportes, o aeródromo da Portela é um apeadeiro, há um ministro de Estado e um chefe de estação,, segundo os jornais havia uns camelos fardados que não tocaram as fanfarras e os bombos à entrada do ministro. Ditosa Pátria que tais filhos tem. Não coloquei propositadamente a foto de qualquer general português, eles são fruto desta doutrina personificada em Paulo Rangel e em Montenegro, em Marcelo Rebelo de Sousa e Aquiar Branco. No dia 25 lá estarão, firmes e hirtos nos lugares marcados pelo protocolo. E nada de estender a mão ao Paulo Rangel. Quanto aos outros há que perguntar antecipadamente, para evitar mais vexames. Deixo a lembrança, esbatida, do general Eanes, tido como o que deu o pontapé de saída para o atual regime, ou que, no mínimo surgiu como o rosto dos generais do novo regime. Como é que Eanes cumprimentará Rangel?

Carlos Matos Gomes

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