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terça-feira, 9 de julho de 2024

Maquiavélica, perversa, incompetente:


Claro que poupei-me ao sacrifício de ver a entrevista com Lucília Gago na RTP por ser mais do que previsível qual seria a sua intenção e atitude. Bastou-me ler o que sobre esse eloquente momento se escreveu, e disse, para ver confirmadas a justeza das palavras de Marcelo, quando a classificou de maquiavélica, de Paulo Pedroso quando nela detetou uma nada inocente perversidade e a ministra da tutela, que identificou o ministério público como casa a que conviria devolver um sentido de ordem depois de tão evidente confusão.

Seria trágico que, como disse Pedro Marques Lopes, tudo se reduzisse a uma instituição teimosamente fechada numa bolha. Mas não é só isso que se afigura percetível: ela é a autora de um indesmentível golpe de Estado, que derrubou um governo legitimado por uma maioria absoluta e entregou o país a gente incompetente, que está a estragar muito do que de positivo se conseguira nos oito anos anteriores.

E, prova indesmentível do alinhamento de alguns procuradores com a agenda política da extrema-direita reside no facto de ser o Chega o único partido ainda capaz de defender o indefensável: os métodos e o comportamento reiteradamente pidesco de quem é capaz de pôr alguém sob escuta durante quatro anos naquilo que é estratégia de vigilância política sobre quem se quer acusar, mesmo nada tendo se substantivo para o conseguir. 

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