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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Mais uma vez a Venezuela recusa a “democracia”…

(Carlos Marques, in Estátua de Sal, 30/07/2024, revisão da Estátua)


(Este texto resulta de um comentário a um artigo que ontem publicámos de João-MC Gomes, ver aqui.

Pelo seu incisivo sentido opinativo e pelo seu carácter de quase manifesto contra todas as práticas de “revoluções coloridas” e outras aleivosias do Império, resolvi dar-lhe o destaque que, penso, merece.

Estátua de Sal, 30/07/2024)


Maduro não é um bom Presidente. Mas, mais vale um mau ou assim-assim do lado do povo anti-imperialista, do que um excelente candidato das elites que faz a vénia ao império.

As eleições foram muito participadas, resultado da confiança das pessoas no sistema, um dos melhores do Mundo. Havia candidatos para todos os gostos. As campanhas foram livres e pacíficas. O resultado é legítimo.

Claro que o império genocida está preocupado (palavras do nazi-fascista e violador de Direitos Humanos, Anthony Blinken), claro que os vassalos já ladram em uníssono: UE e OAS, os braços geopolíticos do polvo imperial.

Desde o NeoLiberal Milei até ao woke Boric, passando pelos golpistas no Peru e pelos fascistas nas restantes colónias USAmericanas, já todos obedeceram ao tio Sam e disseram que não reconhecem o vencedor.

No golpe da CIA na Bolívia em 2019, a OAS e os presstitutos manipularam o povo com uma leitura falsa e precoce da contagem dos votos. Na Venezuela a tática do fascedo local e internacional costuma ser a manipulação de sondagens. Algumas davam até 2 terços dos votos ao campo fascista pró-imperialista da Venezuela e antecipavam um banho de sangue caso não se confirmasse a vitória do lado “certo”. Parecem as “notícias” da CNN/TVI, CMTV/FOX, SIC/Euronews, RTP/BBC, sobre a “intervenção de Israel contra os terroristas do Hamas”, ou sobre a “iminente vitória dos ativistas pró-democracia de Kiev contra o malvado Putin”.

Como diria Arnaldo Matos, isto é tudo um putedo. A diferença é que em países como a Venezuela, ainda há uma resistência maioritária contra tal putedo. É isso que incomoda realmente os Globalistas NeoCon NeoLib naZionistas do império genocida ocidental.

Só ficam descansados quando os países se ajoelham perante Washington e quando o putedo, por eles bem-mandado, é dono e senhor de tudo nas colónias: dos “governos” (aka vassalos), das principais “oposições” (aka vassalos alternativos), da comunicação social (aka presstitutos das FakeNews), e da economia (aka oligarcas amigos de Wall Street e fanáticos seguidores da Escola de Chicago).

A Alemanha está em recessão, e compra LNG aos EUA. O €uro perde estatuto de moeda de reserva concorrente do dólar dos EUA ao ser a primeira a roubar os Russos descaradamente (algo que até Britânicos e Suíços se recusaram). Toda a Europa se atropela nas encomendas de brinquedos de guerra sobrevalorizados ao Complexo Militar Industrial dos EUA. Os “verdes” Europeus abrem as pernas aos carros americanos enquanto esmagam de impostos e tarifas os ecológicos e baratos e bons fabricados na China.

Anda tudo de Iphone e Samsung com GoogleOS nas orelhas ou Windows noa dedos, conectados diretamente à NSA via Facebook, Instagram, Twitter, etc. Tudo come McDonald´s e bebe Coca-Cola. Tudo baba em estado vegetativo em frente a obras (propaganda) de Hollywood e da Netflix. Macron e companhia governam contra os povos, com 20% ou 15% de apoio eleitoral ou aprovação nas sondagens.

A UE é liderada por quem não é eleito e lá vão mais não sei quantos biliões em armas para Kiev, contra a vontade da esmagadora maioria dos Europeus. Privatiza-se mais isto, NeoLiberaliza-se mais aquilo, esmaga-se o poder de compra dos salários, mais Glovo/Uberização e menos sindicalismo, e a receita final sabe tão bem aos pançudos do regime.

Tudo isto sim, não preocupa o tio Sam. Isto sim é “liberdade e democracia”.

E como cereja no topo do bolo da hipocrisia e vassalagem, reconhece-se o “Estado” da Palestina mas não se aceita que os Palestinianos se defendam (pois isso é “terrorismo”), e reconhece-se o “independente” Kosovo mas não se reconhece igual direito à autodeterminação do Donbass e Crimeia. Taiwan é tratado como “país”, e os invasores da Síria e Iraque, e bombardeadores do Iémen, são todos “bem-intencionados”.

Perigo, perigo, é a Rússia querer garantir a sua defesa, a China ser a maior economia do Mundo, o Irão querer paz no Médio Oriente, a Venezuela fazer eleições livres e representativas, o Hamas em Gaza a resistir contra o colonialismo genocida dos naZionistas, os Cubanos resistirem ao imperialismo, etc. Isso é que é um “perigo”.

Mas nós na Europa, nós não somos perigo nenhum para os EUA. Nós matamo-nos a nós próprios se for preciso para levar em diante os planos do tio Sam, e ainda lhes pagamos para tal. Isso sim, é “liberdade e democracia”…

Notas sobre a Guerra não-tão-Fria

  • O número de mortos vai em 58 mil para a Rússia, com as baixas a caírem quase para zero nos últimos meses, e em 300 mil mortos para os UcraNazis, cujas baixas irrecuperáveis (mortos e feridos graves) andam entre os +400 mil (estimativa de economista Ucraniano com base no orçamento, por exemplo: pagamentos do exército às famílias dos mortos) e os 650 mil (estimativa do Rybar há 1 ou 2 meses atrás);
  • O próprio Sirsky admite que a Rússia começou tudo em cima dos joelhos só com 100 mil homens (mais uma evidência que reforça história real do início da intervenção Russa: uma resposta à agressão UcraNazi no Donbass um dias antes de 24-Fev-2022 e não uma invasão planeada nem em longo termo nem em larga escala), e que neste momento está a chegar aos 600 mil. Do lado UcraNazi já restam poucos homens para raptar nas ruas e são precisos 30 mil por mês, mal treinados, só para repor as baixas;
  •  A Rússia tem uma qualidade de armamento e equipamento pelo menos comparável ao melhor da NATO, mas tem-no em muito mais quantidade. E isto não é um pormenor: enquanto a NATO toda exaustou a sua capacidade, a Rússia ainda nem sequer pediu ajuda aos seus aliados;
  • Todos os dias há avanços territoriais da Rússia em todas as linhas da frente (Orekhov, Ugledar-Mariinka, Avdeyevka, Toretsk, Chasov-Yar, Soledar-Seversk, Kremima, Kupiansk), abertura de novos eixos de ataque, e cada vez mais rápida ultrapassagem das defesas UcraNazis. E isto também não é um pormenor: o Ministério da Defesa Russo ainda chama a isto a fase de atrição, e não uma nova ofensiva!
  •  Mais de 85% do povo Russo apoia as decisões dos seus representantes, enquanto nem sequer metade dos Europeus apoia os seus carrascos e em muitos casos os (des) governantes fazem o oposto do que o povo quer em relação ao conflito (por exemplo: envio de +armas em vez de negociar a paz).

Como é que os “génios” Globalistas/EUrofascistas e seus fanáticos seguidores acham que isto vai acabar?

Se calhar, olhar para a abertura dos Jogos da Hipocrisia Olímpica dá-nos uma ajuda: travestis com barba a fazer danças de cabaret, uma gorda no lugar de Cristo numa última ceia LGBT+, braços abertos para receber genocidas naZionistas, e o povo atrás das grades em Paris. Tal como alguém comentou na internet, também eu não sei bem se era a abertura dos Jogos, ou o encerramento da “civilização” Ocidental.

Antidote du jour (como se faz no Naked Capitalism): vejam o vídeo dos Little Big (banda Russa que canta em inglês) sobre os Jogos em Paris. Fala sobre o racismo anti-imigração, do turismo sexual/prostituição em Paris, da poluição do rio Seine, do doping dos atletas ocidentais, do cancelamento dos atletas eslavos, dos homens trans a competir ao lado de mulheres, e tem até um AI Deep Fake do Macron a “dançar” atrás da Hidalgo. É um fartote. Não o encontram no Youtube, pois este mero videoclip musical cómico está censurado pelos defensores da “verdade” e da “liberdade”. É considerado um “perigo” para o pensamento único do lado de cá.

Do blogue Estátua de Sal

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