Rádio Freamunde

https://radiofreamunde.pt/

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Eu previa que seria após o Natal:

Que surgiria um coro de surpreendidos a perguntar: Quem foi o idiota que se lembrou das sanções `Rússia?
E que seria por essa altura que apareceria os vira-casacas a dizer: Estava-se mesmo a ver que os russos não iam deixar os americanos instalar misseis na Ucrània e que iam fazer-se pagar com gaz!
Afinal as descobertas da crua realidade começou mais cedo. E, claro, começou onde as consequências são mais diretas, pela Alemanha.
Nós, os portugueses, ainda estamos no discurso da idade da pedra e do homem (e mulheres) das cavernas de que o Putin acordou mal disposto e vem por aí a baixo, por Alpes e Pirinéus até só parar em Lisboa.
O discurso deste alemão é, pelos padrões das TV locais, de um putinista dos quatro costados.

Carlos Matos Gomes

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O presidente executivo da Uniper, maior importadora e armazenadora de gás da Alemanha, disse que o pior ainda está para vir para a Europa após o corte de fornecimento feito pela Gazprom.
A Rússia fechou as torneiras do gás natural para a Europa e os preços nos mercados internacionais dispararam, com os governos do continente a tomarem medidas de emergência para mitigar os impactos de mais uma escalada nos preços da energia.
Em entrevista à CNBC na conferência Gastech, a decorrer em Milão, Itália, Klaus-Dieter Maubach, disse que “o que vemos no mercado grossista é 20 vezes acima do preço que víamos há dois anos. Vinte vezes. É por isso que acho que temos mesmo de ter um debate aberto com todos os responsáveis sobre como resolver isto".
Como todos sabemos a Gazprom fechou a torneira do gasoduto Nord Stream 1, exigindo o levantamento das sanções em troca da reabertura. A Alemanha, que dependia fortemente do gás russo e que já está com um plano de poupança energética em vigor, voltou a fazer contas à vida, em particular sobre a sua indústria, que já se diz impossibilitada de laborar devido à subida dos custos energéticos.
“Já disse isto várias vezes ao longo deste ano e estou a explicar isto aos decisores políticos. O pior ainda está para vir”, vincou.
Depois de ter defendido a parceria da Uniper com a Gazprom, que já vem dos anos 1970, mesmo após a invasão de 24 de fevereiro, Klaus-Dieter Maubach disse agora à CNBC que "em retrospetiva talvez tenha sido um erro pensar que o gás não seria usado. Talvez tenha sido uma ilusão (…) Creio que esta parceria está destruída e não creio que a possamos reestabelecer nas próximas semanas, meses e anos. Pelo que o nosso foco é na substituição do gás russo".

Beatriz Lamas Oliveira Art

Sem comentários:

Enviar um comentário