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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Erdogan diz que postura europeia levou Putin a usar gás contra sanções:

"Putin usa todas as possibilidades e armas à sua disposição. Uma das mais importantes é o gás natural", diz o presidente da Turquia que não aderiu às sanções internacionais contra Moscovo.

O Presidente da Turquia afirmou esta terça-feira que a crise de gás na Europa é o resultado de uma política europeia de fazer frente ao chefe de Estado russo, Vladimir Putin, levando-o a utilizar esta matéria-prima como arma.

“Claro, a Europa colhe o que semeou. Desde logo, a postura da Europa contra Putin, com a imposição das sanções, levaram Putin, quer queira quer não, ao ponto de dizer: se fizerem isso, eu farei isto“, afirmou Recep Tayyip Erdogan.

“Putin usa todas as possibilidades e armas à sua disposição. Uma das mais importantes é o gás natural”, acrescentou o chefe de Estado turco numa conferência de imprensa no aeroporto de Ancara, momentos antes de partir para uma visita oficial a Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina.

E concluiu: “É lamentável, não queríamos, mas isto está a acontecer e acho que, neste inverno, a Europa vai ter problemas realmente sérios. Nós, na Turquia, não teremos esse problema”.

Turquia não aderiu às sanções internacionais contra Moscovo, impostas como resultado da invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro passado, e mantém boas relações com os governos russo e ucraniano.

Ancara pronunciou-se claramente contra a invasão russa e a favor da integridade territorial da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), mas, ao mesmo tempo, efetuou numerosos esforços de mediação entre os beligerantes.

Em agosto, Erdogan encontrou-se primeiro com Putin na cidade russa de Sochi e, duas semanas depois, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Lviv.

Antes, em julho, a diplomacia turca teve um importante papel no desbloqueio da exportação de cereais ucranianos e de fertilizantes russos, com Istambul a servir de cenário para a assinatura de acordos sobre a exportação de cereais e de produtos agrícolas através do Mar Negro, firmados pela Ucrânia, Rússia, Turquia e as Nações Unidas.

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