«Mas a questão é que eu li. Às vezes a gente lê ou faz coisas e depois pronto, passou. Mas são esses toquezinhos aqui e ali que nos vão formando. Pergunto sempre: “O que somos nós senão um agregado de mil coisas?”. Não há “eu”, somos tudo à la fois. Às vezes pergunto: “Mas foste tu que escolheste o sítio para nascer? Foste tu que escolheste o pai e a mãe?”. Não, a gente tem o pai e a mãe que tem. Nasci aqui, mas não fui eu que escolhi nascer aqui. Nasci. O que somos senão um agregadozinho no meio disto tudo? Somos tudo e somos nada. E isso é fundamental para a gente não estar agarrada a nada. As pessoas pensam que são qualquer coisa. Mas depois vão para a escola e aprendem. E depois há um tio ou uma tia, há a paisagem que também entra em nós. E o que vai entrando também é conforme o que já temos dentro. É assim que a gente se vai formando. E somos isto que está aqui, mas não somos nada de especial. Somos um agregado de causas e efeitos. Vamos construindo-nos.», testemunha Lourdes Castro.
Mas se isso é assim, e assim é, nós também somos essa coisa única que o consegue sentir, pensar e dizer.
POR VALUPI
Do blogue Aspirina B
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