Os camponeses ao serviço da Cotonang (Companhia do Algodão de Angola) pararam a produção, recusaram pagar impostos, destruíram pontes, cortaram estradas, incendiaram veículos e edifícios, saquearam lojas, atacaram colonos brancos, capatazes da Cotonang e forças militares.
A injustiça do regime algodoeiro era assente na cultura obrigatória, que incitava os camponeses a cultivar algodão em prejuízo das culturas de subsistência e, nos baixíssimos preços pagos, nos castigos corporais, no trabalho forçado e na completa desproteção dos trabalhadores.
Em janeiro de 1961 o protesto ganhou força e, em fevereiro, as autoridades coloniais responderam com o envio de forças militarizadas, execuções sumárias, vaga de prisões e aldeias bombardeadas com napalm, o que se traduziu num número indeterminado de mortes.
O regime mesmo tentando encobrir o sucedido, encarou-o como um levantamento contra a soberania nacional. Estes acontecimentos, precipitar-se-ão com o assalto às cadeias a 4 de fevereiro e com os massacres das populações brancas e dos negros que trabalhavam nas fazendas no Norte de Angola pela UPA (União dos Povos de Angola), em março.
A revolta da Baixa do Cassange viria a ser recuperada como a génese da luta pela libertação na década e meia seguinte.

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