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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Maldita lei travão, senhor Carlos


Há uns tempos fui multado junto ao CCB — Estrada Nacional 6 — estava lá a lei travão no radar: Proibido ultrapassar os 50. Necessitava de ir mais depressa e por mim passavam outros ainda mais depressa. Ia a 68. Com as percentagens para o radar e para o conta-quilómetros fui multado. Invocaram o Código da Estrada. Tretas. Os ricos não cumprem o Código, dizem.

Também tive obras em casa, com um orçamento aprovado. Mas apareceram necessidades, disse-me o empreiteiro. Acontece aos melhores. O senhor Carlos ouviu os deputados refilarem com o dinheiro que vai para o Novo Banco? Não ouviu. Eles são contra os orçamentos. Gasta-se o que for preciso. E sobre o orçamento dos submarinos, algum deputado refilou, senhor Carlos? Claro que não. Temos de destravar os orçamentos!

Senhor Carlos, um orçamento é como as gomas dos miúdos, pode esticar e encolher consoante… Nunca deixamos de ser crianças que gostamos de gomas e de plasticina, mesmo que sejamos o presidente da República… e todos temos um fundo anarca… o melhor de nós é esse ódio aos travões… à lei… A imaginação ao poder!

A Assembleia da República não é a Sociedade das Belas Artes, julgava… e as multas por excesso de velocidade não vinham em verso…

Existem dificuldades em tantas famílias, senhor Carlos…

Mas essas necessidades surgiram depois de aprovado o orçamento?

Não me venha outra vez com o raio do orçamento! Sabe-se lá… são necessidades a mais… e quem deve cem pode dever cento e vinte… é assim há tantos anos em Portugal… Fruto de tantas travagens é que estamos como estamos… o dinheiro aparece sempre… alguém há-de pagar… Bruxelas… Para que queremos Bruxelas se não destravamos? Senhor Carlos, não percebo para que serve um travão como lei… Temos de acelerar!

Você é anarca?

Se há um orçamento eu sou contra! Abaixo o orçamento e quem o apoia! O orçamento para a rua, já!

Carlos Matos Gomes



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