Também tive obras em casa, com um orçamento aprovado. Mas apareceram necessidades, disse-me o empreiteiro. Acontece aos melhores. O senhor Carlos ouviu os deputados refilarem com o dinheiro que vai para o Novo Banco? Não ouviu. Eles são contra os orçamentos. Gasta-se o que for preciso. E sobre o orçamento dos submarinos, algum deputado refilou, senhor Carlos? Claro que não. Temos de destravar os orçamentos!
Senhor Carlos, um orçamento é como as gomas dos miúdos, pode esticar e encolher consoante… Nunca deixamos de ser crianças que gostamos de gomas e de plasticina, mesmo que sejamos o presidente da República… e todos temos um fundo anarca… o melhor de nós é esse ódio aos travões… à lei… A imaginação ao poder!
A Assembleia da República não é a Sociedade das Belas Artes, julgava… e as multas por excesso de velocidade não vinham em verso…
Existem dificuldades em tantas famílias, senhor Carlos…
Mas essas necessidades surgiram depois de aprovado o orçamento?
Não me venha outra vez com o raio do orçamento! Sabe-se lá… são necessidades a mais… e quem deve cem pode dever cento e vinte… é assim há tantos anos em Portugal… Fruto de tantas travagens é que estamos como estamos… o dinheiro aparece sempre… alguém há-de pagar… Bruxelas… Para que queremos Bruxelas se não destravamos? Senhor Carlos, não percebo para que serve um travão como lei… Temos de acelerar!
Você é anarca?
Se há um orçamento eu sou contra! Abaixo o orçamento e quem o apoia! O orçamento para a rua, já!
Carlos Matos Gomes
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