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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Quase cem anos de tradição em Freamunde:

 

VAMOS FALAR DE LÃS, BOTÕES, HISTÓRIAS E DE TALENTO

Fundada em 1930, com o nome original "A Oliveirinha" por Leonel Oliveira, a Loja 1930 é uma das lojas mais antigas de Freamunde. À data, eram comercializados artigos como fazendas, chapéus, camisas de homens, artigos religiosos, botões. Segundo a actual proprietária da loja, Fátima Machado, "era a única do concelho que vendia este tipo de artigos". Nos anos de 1970, a "menina Ângela, filha do senhor Leonel (padrinho de Fátima Machado), assumiu a loja, dando-lhe o nome de "Casa Oliveira". Passaram a vender, também, fechos, sedas, rendas, elásticos, linhas para crochet e para coser à máquina. Na década seguinte, Fátima Machado assume também um papel na gerência do estabelecimento. É nessa altura que passam a comercializar tecidos para vestidos de noiva e para festas, acessórios como grinaldas, cestos para as meninas das alianças, entre outros.

Após o falecimento de Ângela Oliveira, no ano de 2011, os herdeiros mudaram o nome para "A Loja 1930", e procederam, também à restauração do mobiliário no interior da mesma. Actualmente a Loja 1930 vende lãs, fechos, rendas, botões, elásticos, fitas de seda, tesouras, crochetes, molas, alfinetes, fraldas para bordar, assim como dispõem de serviços de bordado e pintura em tecido.

Fátima Machado faz, mediante encomenda, mantas e casacos para bebés; vende máscaras em tecido e dá formação de ponto em crochet em lã. No dia em que a AEPF visitou a loja, estava presente Fernanda, uma cliente assídua, que se encontrava a tricotar uma manta para o bebé de um familiar anti-alérgica. Estavam também presentes Alice e Marina, costureira e pintora da loja, respectivamente.

"Gosto de fazer trabalhos manuais. O meu último trabalho foi um pano bordado com a frase "vai ficar tudo bem" com umas sardinhas e as cores do arco-íris e umas flores que simbolizavam o optimismo", refere a proprietária, acrescentando, "fiz, também, para o Dia dos Namorados, um coração branco e vermelho que coloquei na montra". Tendo em conta a actual conjuntura que o país atravessa, muitos estabelecimentos viram-se forçados a encerrar, mas nas palavras da gerente, "a Loja 1930 nunca fechou porque continuava a trabalhar para clientes fidelizados que já tinham encomendas feitas ou sabiam como me contactar".

Carinhosamente tratada em Freamunde por Fatinha, refere que "os clientes estavam em casa e então bordavam mais...Na verdade, surgiu muito o interesse por bordar mesmo em pessoas que nunca bordaram na vida. Então, foi-me pedido muito material e foi mais fácil superar a situação da pandemia. Houve clientes que fizeram mantas para a cama durante estes meses...".

O estabelecimento encontra-se a cumprir todas as regras de higiene e segurança recomendados pela Direcção-Geral da Saúde, entre os quais distanciamento social, higienização das mãos e utilização de máscara.

A Loja 1930 é um dos estabelecimentos que habitualmente faz questão de garantir a participação nos concursos de montras da AEPF. "Estou muito satisfeita com o apoio da Associação Empresarial de Paços de Ferreira, assim como com as iniciativas diversificadas ao longo do tempo. Acho que tem encontrado uma excelente forma de divulgar os negócios e os artigos dos mesmos, ajudando à promoção dos estabelecimentos junto do público".

JORNAL DO EMPRESÁRIO - SETEMBRO DE 2020

 

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