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terça-feira, 20 de outubro de 2020

“Contra a corrupção, a desgraça da Nação” – Hipocrisia e decadência:

Portugal é o tal país onde um procurador e um juiz usaram a Lei para fugirem à Lei e assim conseguirem espiar um primeiro-ministro em funções e recolherem material da sua privacidade que passaram a políticos rivais e à indústria da calúnia.

Portugal é o tal país onde um Presidente da República, atentando contra a Lei, tentou manipular e perverter umas eleições legislativas lançando através de um jornal uma teoria da conspiração contra o Governo e o Partido Socialista em cima das eleições legislativas.

Portugal é o tal país onde um candidato a primeiro-ministro admitiu usar a Lei contra certos governantes por causa das suas opções políticas, e que depois de ser primeiro-ministro permitiu que a sua ministra da Justiça tivesse como bandeira política a criminalização do Governo anterior.

Portugal é o tal país onde um Presidente da República ofereceu o 10 de Junho a alguém que defende um Ministério Público criminoso ao serviço da perseguição a certos alvos ligados ao Partido Socialista e que considera que todos os políticos, incluindo quem lhe deu o palco estatal e quem lhe guardou os filhos nas instalações oficiais do Governo, são corruptos e usam o Parlamento para blindarem na Lei a continuidade dos seus actos de corrupção com plena impunidade.

Portugal é o tal país onde uma famosíssima procuradora-geral da República disse, sorridente, que se existisse no poder político a intenção de acabar com as violações do segredo de justiça – actividade criminosa praticada principalmente por agentes da Justiça – então os partidos com representação na Assembleia da República já há muito teriam alterado a Lei de forma a permitir usar os métodos de investigação necessários para descobrir os prevaricadores. Como não o fizeram, ela apenas podia abrir inquéritos inúteis e continuar a sorrir.

Portugal é o tal país onde um celebérrimo juiz disse numa entrevista que não precisava da Lei para descobrir se um certo arguido à sua guarda em fase de inquérito era ou não corrupto. E também disse que sabia de muitas histórias secretas a respeito de outros magistrados, que tinha tão boa memória que até as suas alcunhas estavam guardadas, pelo que o melhor era não se meterem com ele. E também disse, noutra ocasião, que um certo juiz tinha sido escolhido para um certo processo porque o sorteio respectivo foi falsificado pela Justiça portuguesa para ter esse resultado.

Portugal, portanto, é o tal país onde quem se cala perante estes factos e enche a boca com o Estado de direito à pala da Hungria, do Ventura ou de uma aplicação para o telemóvel não passa de um hipócrita. E de hipócritas está a decadência cheia.

Blogue Aspirina B

POR VALUPI


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