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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Recordações:


Ao ver esta fotografia, parte frontal do Café do Américo “Caixa”, fez-me recordar ali algumas passagens. Era lugar para concórdia e discórdia. Falava-se de tudo. Parecia o banco da má-língua ou um lavadouro público.




















Café do Américo "Caixa"
No fim da década de sessenta princípio da setenta do que se falava mais era de futebol e ciclismo. De futebol vinha à baila o S. C. Freamunde – como era de esperar – Benfica, Sporting e Porto. Conversas para todo gosto. Até da arbitragem.
No ciclismo não se falava nos clubes, mas sim nos corredores. Ribeiro da Silva, Alves Barbosa e Jorge Corvo o eterno segundo. 
Havia a claque do Ribeiro da Silva e Alves Barbosa. 
Da claque de Ribeiro da Silva não admirava a sua existência. Era de Lordelo, Paredes, mas fazia a sua vida em Freamunde. 
Um dos seus maiores amigos era Nelson Lopes.
Ainda me recordo, ano de mil novecentos e cinquenta e oito, mês de Abril, de ver Nelson Lopes a acompanhar o cortejo fúnebre que passou aqui em Freamunde, vindo de Lousada, salvo erro. 
Andava na terceira classe da Instrução Primária e houve um intervalo para nós crianças assistirmos ao dito cortejo fúnebre.

Ribeiro da Silva
Ribeiro da Silva tinha um irmão que também era todo dado a Freamunde. Era sócio do S. C. Freamunde e um dia na semana – terças- feira – era visita assídua do Café Malheiro.

















Irmão do Ribeiro da Silva
De política pouco se falava em frente ao Café do Américo “Caixa”.
Não era porque os Freamundenses não se interessassem por política. Interessavam-se sim.
Entre muitos destacava-se Júlio Graça.
Não conseguiu ver em vida a sua neta Cecília Meireles como deputada na Assembleia da República.
Como dizia, em frente ao Café não se falava de política porque a escassos metros ficava o edifício que fazia de Quartel da Legião Portuguesa e entre os opinadores havia um ou outro Legionário. Era o medo a funcionar.
O que me faz escrever ao ver uma foto da parte frontal do Café do Américo “Caixa”.
É que quando isso acontece, seja uma foto ou uma notícia sou transportado ao meu “baú” de recordações buscar notícias ou essas recordações.
E recordar é viver.

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