Rádio Freamunde

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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Há pessoas que por tudo e nada desabafam:

O que é que Freamunde me deu? Se Freamunde pudesse falar dizia o mesmo: e o que é que tu me deste? Vou personificar Freamunde para ele ter voz e responder a certas aleivosidades.
Eu sou milenar. Nasci dos montes e dos pedregulhos. Pelo tempo fora fui-me ajeitando. E consegui de uma Coutada passar a Aldeia. De Aldeia a Freguesia. De Freguesia a Vila e muito mais tarde a Cidade. Passei por muitas vicissitudes e nunca tentei envaidecer-me. De Vila teria muito a dizer por passar por um certo abandalhamento. Mas sempre me resignei.
Agora não posso ficar indiferente a críticas. Dizei-me de vossa justiça onde vos faltei com algo!
Por acaso não vos dei Vida! Educação! Cultura! Lazer! Civismo não é o quanto baste. Porque me sinto ofendida com a falta dele.
Agora como Cidade tenho muito a dizer.
Promoções para quê? Para ficar tudo na mesma ou pior? É ver a minha parte exterior. Uma miséria! Mas miséria maior é no meu interior. O meu coração sangra. A sujidade, os esgotos a céu aberto, os estacionamentos em cima dos passeios para peões, os contentores do lixo que em lugar de o pôr dentro deixam-no fora. Os monos, sejam colchões ou outros utensílios postos na via pública. Tudo isto é tratar-me bem? Sei que tenho obrigações para com vós.
Devia de vos dar mais lazer. 
Parques? Mas se tendes um e esse um não o estimais! Vias públicas? Para vós as deixar todas esburacadas! Espaço para os velhos passarem o seu tempo de lazer? Aqui tendes razão. Não os há. Não é por falta de eu mendigar.
Com tudo o que vos esclareço ainda perguntais. O que é que Freamunde me deu?

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