Ironia de José Miguel Júdice para
criticar “dois gémeos siameses”, ou “farinha do mesmo saco”
José Miguel Júdice considerou, no
seu espaço de opinião na 'Edição da Noite', da SIC Notícias, que “Ana Gomes e
André Ventura são gémeos siameses”.
“Eu acho que eles vão ficar muito
ofendidos. Mas se eles ficarem ofendidos com isso, eu digo que eles farinha do
mesmo saco. E se mesmo assim ficarem ofendidos, eu digo ‘olhe, paciência’…”,
começou por dizer o advogado.
“Eles gostam de ofender tudo e
todos. São uns vidrinhos. Não se lhes pode dizer nada. Claro que o André
Ventura não costuma ser malcriado...”, acrescentou, sugerindo que Ana Gomes
costuma. Para não ficarem dúvidas, confirma-o: “É de tal maneira óbvio”.
Outra característica em comum é a
“energia negativa muito forte” que ambos carregam.
Porém, há muitos aspetos que os
distinguem, o que se estranha em "gémeos siameses”. Júdice concorda.
“Claro que em casa as pessoas vão dizer: ‘mas eles são tão diferentes…’”, diz.
E como podem ser “gémeos siameses” ou “farinha do mesmo saco” se são assim tão
diferentes?
“A Ana Gomes não gosta de clubes
de futebol, não gosta de banqueiros, não gosta de angolanos ricos, não gosta de
tudo o que cheire a Direito e não gosta do Chega. Mas o André, que gosta muito
do futebol e até vive dele, não gosta de imigrantes, não gosta de ciganos, não
gosta de criminosos, até quer castrá-los… E até não gosta nada que cheire a
Bloco de Esquerda e à Esquerda”, dispara o advogado.
Em contraponto, “a Ana gosta
disto tudo. E até gosta de alguns criminosos”, aponta Júdice, numa alusão a Rui
Pinto.
Prosseguindo o raciocínio e
concordando que Ana Gomes e André Ventura “aparentemente não poderiam ser
pessoas tão diferentes”, José Miguel Júdice realça que “ambos não gostam da
mesma maneira”.
“Eu acho que isso é o que os
define. A maneira como não gostam é a mesma. Eles não gostam das elites, do
sistema, dos partidos moderados, abriram lojas na rua do descontentamento, dos
abstencionistas, daqueles que dizem ‘isto só lá vai à bruta’, ambos têm a
corrupção como objetivo. E seria terrível se a corrupção acabasse. Ana Gomes e
André Ventura perdiam o negócio. No fundo eles lutam basicamente pelo mesmo
tipo de pessoas. Um do lado da esquerda, outro do lado da direita. Ambos são
populistas e demagogos”, considera.
Júdice entende também que “todos
os conceitos técnicos e científicos para definir populismo” estão presentes na
ex-eurodeputada e no líder do Chega. ´
“Ambos têm voz grossa, são
estridentes. O André é menos estridente do que a Ana. São ambos do contra,
contra tudo e contra todos. Não se lhes vê uma solução”, avança, neste
raciocínio que pretende “definir as duas personalidades e não julgá-las”.
Instado a apontar algo de
positivo que no discurso de Ana Gomes e Ventura, Júdice volta a ironizar:
“Todos nós, quando vamos a uma mercearia e compramos uma comida boa de um
senhor que vive em dificuldades, fazemos bem ao país…”.
Numa análise a uma sondagem à Presidenciais,
que aponta uma queda de Marcelo e cerca de 20 por cento de intenções de voto em
Ana Gomes e André Ventura, Júdice termina com um apelo “àqueles que não se
reveem” em nenhum deles: “que não se deixem vencer pela inércia”.
E em matéria de comunicação, Ana
e André também têm pontos em comum, que poderão ser úteis numa eventual
candidatura presidencial.
"São duas pessoas que têm
uma capacidade de comunicação muito grande em televisão. Eu vi o debate entre
Miguel Sousa Tavares e André Ventura. E um amigo meu disse-me que "o Sousa
Tavares desfê-lo". Não! Quem desfez o Sousa Tavares foi ele! E ela também
desfaz quem se lhe meta à frente", conclui.
Bancada
2020-02-26 12:55:00
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