Neste que será o dia em que muito
provavelmente os projetos de lei para a despenalização da morte assistida irão
ser aprovados na Assembleia da República podem-se aferir quatro tipos de
oposição apostados em, até ao último momento - ou seja quando o diploma final
for publicado no Diário da República - travarem essa expressão maioritária da
vontade dos portugueses.
As diversas igrejas, com natural
destaque para a católica por ainda ser maioritária, contradizem-se nos seus
próprios princípios, porque não só foram historicamente os paladinos de
mortíferas guerras contra os que consideravam infiéis, mas também nunca
enjeitaram servir os exércitos, quando supostamente os acompanhavam a fim de
dar consolo espiritual aos que disparavam no gatilho. Quem protagonizou o atear
das fogueiras inquisitoriais ou apoiou a cruzada salazarista nas ex-colónias
deveria resguardar-se num recato, que infelizmente não condiz com o seu
descaramento. As Igrejas, que apoiaram e continuam a apoiar morticínios onde
ganham absurda influência - vide a influência evangélica em África, causadora
de diversas guerras civis, ou no Brasil onde se calam perante o assassinato dos
ameríndios - confirmam a sua condição pestífera, que as sociedades humanas
tardam em debelar.
Há também os que se opõem, porque
mesmo sem ponderarem nos quês, nem nos porquês, querem que a despenalização não
passe porque a sabem apoiada pelas diversas esquerdas. E sendo eles ignaros,
que se afirmam de direita, porque se iludem com a ascensão no elevador social,
que há muito para eles gripou, permanecem teimosamente sentados à espera de um
ausente Godot.
Sobram também outros prosélitos
da direita, que trabalhando ou não no setor dos cuidados paliativos, o sabem
fonte segura de rendimentos de que não querem por nada prescindir. Acoitados
nas Misericórdias e outras instituições de «apoio social», onde tantos se
alimentam à conta da falsa caridade para com quantos sofrem, são tão convictos
na defesa da privatização da saúde, quanto da criação de milhentas
oportunidades nesses tais cuidados que, pudessem escolher, muitos dos que
sofrem as dores de males incuráveis (e não apenas os fisiológicos!)
declinariam.
Restam, enfim, os comunistas, que
me escandalizam ao convergirem com os setores ultramontanos das direitas, e
sobretudo com o parasita fascista. Alguém aventou a hipótese da definitiva
demonstração da falsidade da lendária injeção dada atrás da orelha dos
velhinhos. Mas quem nela acreditou - e vimos uma mentecapta com um cartaz
alusivo a essa hipótese numa manifestação dos que contestam a lei! - teimará em
manter a estúpida opinião. Porque, infelizmente, questões como esta demonstram
à saciedade, que a burrice é mal que facilmente se contamina em contraponto com
a inteligência bem mais difícil de prevalecer entre quem se conforma na
preguiça das ideias feitas...
Publicada por jorge rocha
Do Blogue Ventos Semeados
As stated by Stanford Medical, It's really the one and ONLY reason this country's women live 10 years longer and weigh on average 42 pounds less than us.
ResponderEliminar(And really, it has NOTHING to do with genetics or some secret-exercise and really, EVERYTHING around "how" they are eating.)
BTW, What I said is "HOW", not "what"...
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