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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

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«Nós estamos sempre a ser surpreendidos, neste momento, pelo passado. Porquê? Porque chegam as pessoas e fazem uma interpretação que nunca nos tinha ocorrido, e aí está o passado a surpreender-nos. Naturalmente, daí nasce um movimento para redefinir o futuro, só que o futuro acontece antes de chegarem ao fim e vem o futuro a surpreender-nos.»

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«Neste momento, muitas vezes me ocorre um comentário do Bismarck, que disse o seguinte: uma leviandade pode conduzir a um desastre. Aconteceu com o arquiduque. Mataram um arquiduque e pagámos isso em milhões de vítimas.»

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 «Tive um avô, que não conheci, que era empregado de um moinho, vejam bem, e que teve oito filhos. Naquela época, numa aldeia, todos fizeram a instrução primária. Conheci o meu avô materno. Esse já teve outra vida porque esteve no Brasil ainda muito jovem exilado, tinha tomado parte lá numas coisas políticas, e esse teve muita influência em mim. Ele costumava estar sentado numa pedra, que eu agora tenho, porque a Junta das Estradas tirou a pedra para abrir a rua e eu disse que comprava a pedra [risos]. Tenho a pedra em Lisboa. Era o assento do meu avô e eu também lá vou ler o jornal às vezes. Ficou-me este conselho que ele repetia constantemente: "Vocês digam o que pensam e depois sejam fiéis ao que tiverem dito." Nunca me esqueci disso.»

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Adriano Moreira



Do blogue Aspirina B

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