«Nós estamos sempre a ser
surpreendidos, neste momento, pelo passado. Porquê? Porque chegam as pessoas e
fazem uma interpretação que nunca nos tinha ocorrido, e aí está o passado a
surpreender-nos. Naturalmente, daí nasce um movimento para redefinir o futuro,
só que o futuro acontece antes de chegarem ao fim e vem o futuro a
surpreender-nos.»
*
«Neste momento, muitas vezes me
ocorre um comentário do Bismarck, que disse o seguinte: uma leviandade pode
conduzir a um desastre. Aconteceu com o arquiduque. Mataram um arquiduque e
pagámos isso em milhões de vítimas.»
*
«Tive um avô, que não conheci,
que era empregado de um moinho, vejam bem, e que teve oito filhos. Naquela
época, numa aldeia, todos fizeram a instrução primária. Conheci o meu avô
materno. Esse já teve outra vida porque esteve no Brasil ainda muito jovem
exilado, tinha tomado parte lá numas coisas políticas, e esse teve muita
influência em mim. Ele costumava estar sentado numa pedra, que eu agora tenho,
porque a Junta das Estradas tirou a pedra para abrir a rua e eu disse que
comprava a pedra [risos]. Tenho a pedra em Lisboa. Era o assento do meu avô e
eu também lá vou ler o jornal às vezes. Ficou-me este conselho que ele repetia
constantemente: "Vocês digam o que pensam e depois sejam fiéis ao que
tiverem dito." Nunca me esqueci disso.»
*_*
Adriano Moreira
Do blogue Aspirina B
Sem comentários:
Enviar um comentário