«Várias vezes levada a tribunal
por difamação, calúnia e violação do segredo de justiça - uma das últimas
acusações, datando de 2016, é de violação do segredo de justiça do Processo
Marquês, num processo em que figuram vários jornalistas e meios de comunicação
-, Tânia Laranjo apresentou em 2015 queixa-crime, por difamação e injúria
agravadas, contra o advogado João Araújo, que integra a equipa de defesa de
José Sócrates, por aquele lhe ter dito: "A senhora devia tomar mais banho.
Cheira mal!"
Araújo foi condenado, a 26 de
abril deste ano, pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, ao pagamento de
uma multa de 4600 euros e a uma indemnização de oito mil euros.»
*_*
99,9% dos portugueses boceja
frente à notícia da condenação de Tânia Laranjo, a qual ainda não transitou em
julgado e será alvo de recurso (aposta: vai ser ilibada num tribunal superior).
Do grupo restante que se interesse, 99,9% aplaudirá a assimetria pecuniária
entre o que lhe aconteceu e o que aconteceu a João Araújo por palavras
dirigidas à mesma numa situação em que a indivídua, usando a carteira de
jornalista, provocou o advogado em público no contexto de uma campanha negra
lançada e alimentada pela Cofina. Estamos assim, os pulhas triunfam a toda a
linha do combate. Moral: a Justiça portuguesa convive bem com crimes de
violação do segredo de justiça e calúnias, até os protege e acarinha, mas não
tolera desabafos pituitários a certos cidadãos nem liberdades de expressão com
certas senhoras.
O assunto é irrelevante? Só para
quem não pesca nada do que é um Estado de direito democrático, para quem não
percebe patavina do que está inscrito no Código Deontológico do Jornalista, nos
Estatutos do Sindicato dos Jornalistas, no Estatuto do Jornalista e no
Regulamento da Carteira Profissional, para quem é um borrego alimentado por
aqueles que usam a democracia e a separação de poderes para disporem de um
poder que não é democrático nem constitucional. Os donos da inteligência e
liberdade dos borregos não se calam com acusações de manipulação da Justiça e
da comunicação social contra os diabólicos socialistas, sem nunca nada provarem
e deixando a cortina de fumo ideal para serem eles quem manipula o espaço
mediático e a Justiça completamente à-vontade. Não será preciso queimar as
pestanas com Tucídides, Maquiavel ou Clausewitz para o saber, é suficiente ter
bom gosto em séries de televisão: os que fazem a caramunha, fizeram e farão o
mal. Isso é demonstrável, é a norma de um regime com uma arquitectura nascida
com a presidência de Cavaco onde à oligarquia foi concedido substituir o poder
bancário, caído em desgraça por crises variadas, por um poder judicial oculto
que se entretém em vinganças de morte, manobras corporativas e golpadas
políticas – tudo carne para o canhão da indústria da calúnia e suas agendas.
Basta ler a notícia ligada caso se padeça de amnésia, não há racional possível
para a protecção de que goza a Cofina e seus operacionais de topo a não ser aquele
que resulta de vermos a exuberante aliança entre os sectores criminosos do
Ministério Público e tribunais com os jornalistas que colhem, difundem,
exploram e ampliam os crimes dos magistrados.
A máquina da Cofina, a mais
sofisticada e poderosa de toda a indústria da calúnia e em vias de aumentar
exponencialmente o seu poder com a compra da TVI, depende da manutenção das
audiências num estado de absoluta ausência de pensamento crítico, num estado de
iliteracia sobre os fundamentos da Constituição e da República, num estado de
credulidade acéfala e emocionalmente consumista onde se deixe açular contra os
alvos que lhe forem servindo pelos donos da máquina. A desonestidade
intelectual, a violência persecutória e a estupidez empinada são os
ingredientes do universo cofiniano. Só que se trata de uma desonestidade,
violência e estupidez intencionais, voluntárias, programáticas.
Este enchido de canalhice merece
ser lido para que não se diga que não fomos avisados:

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