Vamos lá, não vamos confundir o anglicismo supra com “oportunismo”, nem
tão pouco com “oportunista”. São coisas absolutamente diferentes e enquanto um
“oportunista” é alguém que se aproveita de uma situação, percebe o momento e
age em proveito próprio, ao arrepio da ética ou das boas normas, o “oportuno” é
aquele que adivinha o momento, que o antecipa e chega a tempo, age por intuito
próprio, por antecipação e risco próprios e que, no fundo, não deixa passar uma
oportunidade que lhe aparece. Como se costuma dizer, não deixa que a carruagem
passe sem a agarrar.
Esta gratuita explicação é para que não confundam, portanto, o
“oportuno” com o “oportunista” e nenhum destes com o “OPORTOnista”!
Claro que, em certas circunstâncias, eles se podem consubstanciar num
só e o “O” de diferencial que aqui aparece reduz a questão a um local único e
próprio que se chama PORTO ou em estrangeiro OPORTO! Eu já sabia que tinham
percebido mas, mesmo assim, frisei!
De modo que, passado este introito, pretendo informá-los que, desta
vez, vou falar mesmo de Política, sem me ater apenas ao seu lado anedótico,
ridículo ou caricatural e, neste caso, do Porto, ou “Oporto”, como queiram,
pois acho que agora vende mais o “Oporto” que o portuguesíssimo Porto, e
começar por uma simples e inocente pergunta: Que raio se passa pela cabeça de
Rui Moreira?
Isto foi o que passou logo pela minha que, da dele, nada conheço! Só
sei, porque me lembro e até diversas vezes escrevi, que saudei a sua
“coligação” com o Manuel Pizarro e cheguei mesmo a saudá-los e dá-los como
exemplo: De cooperação institucional, de entreajuda, de lealdade, de
compromisso, de entrega, de arrojo, de verdade no confronto com a realidade, no
diálogo franco e aberto com todos e tantas coisas mais.
Pelo que, perante a sua postura em prescindir de Manuel Pizarro como
seu número dois, ou só o aceitar se ele fosse como “independente”, isto é,
dispensar o apoio formal do PS através da sua pessoa, eu seja forçado a fazer a
pergunta que fiz e que, no meu modesto entender, tem muito que se lhe diga.
Atestando da lealdade, não se pode rejeitar quem se quer, a não ser por
insondáveis desígnios que, por ainda insondáveis, não são ainda da nossa
perpepção, a não ser que, estando numa posição pretensamente preponderante, se
pense que tudo se possa dispensar que não seja o seu desejo próprio. Que, neste
caso, seria ter um executivo camarário totalmente “independente”, apesar de
muitos dos seus membros pertencerem a estruturas partidárias.
Ora, assim sendo, resulta que Rui Moreira, no seu “independentismo”, se
acha acima de tudo e de todos e não precisa do apoio formal de ninguém. Pelo
que, depois disto tudo, resta apenas o CDS que, neste embrulho todo, mantém a
sua fidelidade. Que remédio! Que quer Rui Moreira, volto a perguntar?
Facto mesmo facto é que Rui Moreira continua a dizer que o seu
“partido” é o Porto! Ora, pretendendo, desta forma, ser dono e senhor do Porto,
daí só poderá resultar um novo partido: “O Partido do Porto”! Mas sendo um
partido do “Porto” e apenas do “Porto” pois nem de Gaia, Matosinhos ou Maia é,
como se poderá ele alcandorar a conquistar um país que nem um outro “partido”
no Porto já existente, o FC do Porto, o consegue fazer? Conquistar apenas o
“país” Porto? Parca miséria!
O Costa, que é seu amigo e amigo de todos, disse-lhe: força Rui, vai em
frente pois “amigo não empata amigo”! E, neste clima de amizade e camaradagem,
de bom senso e realismo, de boa conduta e ausência de violências, lá resolveram
continuar amigos em vez de assegurar uma fidelidade que o casamento já não
garantia. Separaram-se, cada um vai para a sua casa e vão agora lutar para
saber quem, afinal, vai gerir a herança!
Bonito, não é? Assim dito até será, mas não é bem assim. É que um, o
Manuel Pizarro, serve um Partido, o Socialista, de quem é destacado membro, e
que até é Governo, e o outro, o Rui Moreira, serve-se a si próprio, aos seus
desígnios e ambições, respondendo apenas a si próprio também, e tudo isto sobre
a capa da “independência”!
Posto o que, depois disto dito, eu acho que Rui Moreira deu um valente
tiro no próprio pé e, no meu entender, por três razões substanciais:
Por ter menosprezado uma pessoa que toda a gente sabe ser muito querida
no Porto, séria, empenhada, íntegra e que, durante quase quatro anos, fez um
louvável e competente trabalho no pelouro da Acção Social. Não há no Porto quem
isso negue.
Por lhe ter subido a soberba à cabeça e contar como “favas contadas” a
sua reeleição sem apoios partidários. Que pode suceder mas, não havendo
maioria, o vai fazer cair numa outra realidade: na que ele não ousaria prever!
Por querer dar uma de “reizinho”! Ora ele sabe à saciedade que já houve
quem quisesse erguer uma estátua a outro rei, o “Pinto Rei” (O “Hermano” José,
lembram-se?), ali na serra do Pilar, e este com mais propriedade pois abarcava
o Porto e todos os seus arredores, e não foi erguida, quanto mais a ele que
apenas se confina ao Porto e nem a todo!
“Quem não se sente não é filho de boa gente”, diz o Povo e Manuel
Pizarro e o PS fizeram aquilo que deveriam fazer.
Como vai ser a campanha? Veremos! Ainda falta muito tempo e muita água
correrá por debaixo das pontes do Douro!
E Rui Moreira, como disse o Costa, tem direito ao seu pensamento e
estratégia mas, daí a pensar que as pessoas são estúpidas, parvas ou
destituídas, vai uma grande distância e talvez, neste tempo que resta, esta
venha a perceber quais serão os seus verdadeiros desígnios: Ser um novo
Emannuel Macron?
“Wait and see” como eu costumo dizer em estrangeiro!
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