Não senhor. Mas hoje o senhor Alfredo Matos (Cherina) está de parabéns
pelos seus noventa e nove anos. E vale a pena. Pois encontra-se com uma lucidez
que faz inveja a qualquer jovem. Gosto de conversar com ele. Conta-me coisas
passadas e por vezes é com elas que as passo aos mais jovens.
Lembro-me de quando era miúdo com ele passar uns bocados de tempo.
Fosse quando ia para a tamancaria das Costas fazer socos de círculo e meio
círculo onde eu também trabalhava. Fazia com uma rapidez que eu admirava. E não
era para menos. Trabalhava-se à peça e quanto mais pares de socos se faziam
mais se ganhava porque se pagava pouco por cada par.
Também ainda recordo as vezes que ia às landres de carvalho para
alimentar os porcos. Quantas vezes me cruzei com ele, aos domingos de manhã, na
bouça da quinta do Pinheiro. O Zé Maria seu filho já era espigadote e também
acompanhava o pai nessa azáfama.
E os anos que dedicou á Banda Marcial de Freamunde. Não sei se chegou a
tocar com o nome que hoje a banda ostenta. Lembro-me de tocar saxofone e mais
tarde pratos onde acabou a sua extensa actividade na Banda.
Ainda hoje é um consolo falar com ele. Por isso desejo-lhe as maiores
felicidades neste e em outros dias que de certeza vai conseguir até fazer cem
anos. Deus queira que sim.
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