Ontem assisti a uma verdadeira lição de Direito Constitucional. Pena
que certa comunicação social não se refira a isso. Aconteceu no Prós &
Contras transmitido pela televisão pública no canal 1. Aqui faço um reparo à
administração da RTP pelo calendário de certos programas. Então não é que ontem
à mesma hora estava ser transmitido pela RTPN o programa “Justiça Cega” que se
sabe de antemão que é de bastante audiência! Por isso a minha estupefacção para
o problema. Se fosse num canal da concorrência - como se diz - vá que não vá. Agora fazer concorrência à sua própria programação!
Mas como ia dizendo quem assistiu ao Prós & Contras deve ter dado
por bem empregue o tempo despendido. Não me refiro à prestação de João Almeida
e de Ricardo Arroja, economista, a torto e a direito intrometiam-se no
discurso quer de Jorge Reis de Novais, professor constitucionalista ou de
Ricardo Pais Mamede, economista. Sempre que estes intervinham lá vinha o João
Almeida mais o Ricardo Arroja, atirar fumo para o debate.
Sei que a melhor arma para um debate é estar sempre a cortar a palavra
ao adversário. Há quem seja perito nesta situação e João Almeida julgava que
estava na Assembleia da República onde ali tudo vota faladura com intenção de
tirar a atenção de quem os ouve. Quando uma convidada, professora de profissão,
diz que se estivesse em casa a assistir ao programa há muito que tinha mudado
de canal ou desligado o aparelho de televisão isto quer dizer algo.
Foi a primeira a dizer pessoalmente a Fátima Campos Ferreira o que lhe
ia na alma porque no pensamento há muitos a pensá-lo e já houve Prós &
Contras em que tomei essa decisão. Fátima Campos Ferreira não recebeu bem o
toque e remediou com um remendo mal remendado.
É verdade que em qualquer debate, quem o ouve, toma partido por A ou B.
O mesmo acontece comigo. Mas sei reconhecer o que tem valor e o que não tem. E
quando ele tem o valor como a prestação de Jorge Reis Novais vale a pena ouvir
e dar o valor à defesa da Constituição da República e do Tribunal
Constitucional. Chegou ao ponto de “condenar” Ricardo Arroja quando disse que
Portugal é um País protectorado e como tal não tem autonomia para revindicar
qualquer coisa que os nossos emprestadores, leia-se Troika, nos exigem. Disse
que se houver portugueses dignos isso não acontece.
Agora com este governo e presidente da república que baixa as calças a
tudo é provável que um dia isso venha a acontecer. Mas melhor é ouvir e ver o
vídeo.

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