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domingo, 16 de junho de 2013

Portugueses que nos devem deixar orgulhosos:

Aristides de Sousa Mendes tinha tudo para ser um português de grandes sucessos e abastança. Sua ascendência incluía uma linha aristocrática notável: sua mãe, Maria Angelina Ribeiro de Abranches de Abreu Castelo-Branco, foi uma neta materna do segundo visconde de Midões. Seu pai, José de Sousa Mendes, tinha sido um juiz no Supremo Tribunal Federal, e o seu irmão gémeo, César, se tornaria ministro das Relações Exteriores, em 1932-33, durante o regime de António de Oliveira Salazar.
Sousa Mendes estudou na Universidade de Coimbra, obteve a sua licenciatura em Direito em 1908. Nesse mesmo ano, Sousa Mendes casou com sua namorada de infância, Maria Angelina Coelho de Sousa (nascido em 20 de agosto de 1888), e tiveram catorze filhos, nascidos nos diversos países em que foi colocado.
Pouco depois de seu casamento, Sousa Mendes começou a carreira diplomática que levaria ele e sua família ao redor do mundo. No início de sua carreira, foi colocado em Zanzibar, Quénia, Brasil, e Estados Unidos, antes de ser designado para Antuérpia, na Bélgica, em 1931. Na Bélgica, ele conheceu ganhadores do Prêmio Nobel Maurice Maeterlinck e Albert Einstein. Depois de quase dez anos de serviço dedicado na Bélgica, Sousa Mendes foi designado para o consulado de Bordeaux, França.
Aristides de Sousa Mendes ainda estava em Bordeaux com eclosão da Segunda Grande Guerra. A França tinha sido evadida pelas tropas Alemãs sobre o comando de Hitler. As primeiras acções das tropas alemãs eram o aprisionamento do povo judeu. Este era um povo rico, a maioria negociantes de ouro, e como todas as guerras só sobrevivem do dinheiro investido e aqui os alemães não tinham o suficiente foi a forma que encontrou Hitler. 
Havia quem dizia que eram questões de raça mas o verdadeiro interesse era o dinheiro judeu. Estes viram-se em tal situação que não sabiam o que fazer à vida. Muitos fugiram mas acabaram por serem presos e levados para os campos de concentração. Quem não está a par desta situação com a exibição do Holocausto. Imagens terríveis que sensibilizam qualquer ser humano.
Assim se viu confrontado com este dilema Aristides de Sousa Mendes. Mesmo avisado oficialmente por Salazar que não podia emitir vistos Aristides Sousa Mendes ponderou e não respeitou as ordens de Salazar. Com esta atitude cavou a sua sepultura e a da família. 
Sabido que era que Salazar era vingativo não demorou muito que Aristides Sousa Mendes se viu desapossado das suas funções. 
A partir daqui a família Aristides Sousa Mendes foi de desgraça em desgraça. Quem podia ter uma vida recheada de prazeres e morreu na miséria só pode receber da maioria dos portugueses - digo maioria porque não faltam grupos da extrema-direita política e Skinheads a vangloriar-se com a decisão de Salazar - consideração e respeito por tal feito e pessoa. 
Não é por acaso o reconhecimento de cerca de meia centena de sobreviventes salvos pelos vistos de Aristides de Sousa Mendes a homenagem que lhe vão prestar e dar seguimento a uma Fundação na sua casa abandonada e com o seu nome. É o mínimo que estas pessoas podem doar a quem doou tanto. 
É com exemplos destes que nós portugueses sentimos a nossa Portugalidade. Sabemos que Aristides de Sousa Mendes e António Oliveira Salazar eram Beirões e a distância entre eles, não era muita, mas quanta era entre valores humanos. Por isso o nosso orgulho em ter-mos tido homens deste calibre.
Só que a História Mundial é parca em reconhecimentos a estes feitos e só fale na Lista de Schindler e não na de Aristides de Sousa Mendes e sejam os sobreviventes e seus familiares a lembrá-lo. 

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