Rádio Freamunde

https://radiofreamunde.pt/

sábado, 30 de março de 2013

O fim do silêncio:


Foi este o título que os responsáveis pela RTP denominaram o programa. Agora os que sempre mandaram “posta de pescada” - está em uso, que o diga Paulo Bento - vêm argumentar que José Sócrates só falou do passado e nada disse sobre o presente e o futuro. Há muito tempo não se ouvia, os mesmos dizer, que José Sócrates ao remeter-se ao silêncio é o mesmo que dizer que quem cala consente. 
Como respondeu às perguntas formuladas pelos entrevistadores sobre o seu passado, os “Velhos do Restelo”, vem criticar essa referência ao silêncio. Não sei o que estas pessoas querem. Se não se fala é porque não se tem argumentos. Se se defende dizem que só fala do passado. Se as perguntas são sobre batatas querem que José Sócrates responda com cebolas! À falta de argumentos respondo com... vão chatear outros.
Em todos os programas, após a entrevista, os ressabiados à falta de argumentos argumentavam que a entrevista ficou aquém do previsto. Até mesmo quem andou a assinar petições contra a ida de José Sócrates à RTP. Que a administração da RTP ia cair num logro e que estava a abusar do dinheiro dos contribuintes.
Só se lembram do dinheiro dos contribuintes quando são pessoas de partidos de esquerda. Quando são de direita está tudo bem. Aliás, José Sócrates vai para ali a título gratuito
Outros além de ir para as televisões granjear prestígio também vão tratar da sua vida. Que o diga Marcelo Rebelo de Sousa e outros mais.
Os directores de programa da concorrência, é que deviam ser responsabilizados pelos accionistas, pela perda da "futura" - para eles - galinha dos ovos de oiro, por não terem visão para esta contratação.
Em dezassete de Março de dois mil e doze, Miguel Sousa Tavares dizia: “Diga ‘Sócrates’ e tudo se explica”. 
Os de sempre, vêm criticar o teor da entrevista, mas passaram horas e horas a debater e rebater essa mesma entrevista. Até aproveitaram este tema para fóruns públicos no dia seguinte. 
Se a entrevista era uma mera forma de José Sócrates lavar a sua imagem não compreendo a atitude da TVI, TVI24, SIC e SICN contribuírem para essa lavagem. 
Sabe-se que foi tema em todos os órgãos de comunicação social e até a própria Assembleia da República não deixou de o referir. Que o diga Luís Campos Ferreira com toda a sua "patetice" sobre José Sócrates. - Julgava que lhe ia dar o chilique. Os adágios populares são ricos na sua sabedoria: "estão verdes... só cães as podem tragar". Mas eis que cai uma parra.
Também não falta quem queira medir meças com José Sócrates. O recentíssimo contratado pelo  Correio da Manhã  TV (CMTV), Santana Lopes, desafia José Sócrates para um frente a frente. 
Por onde andou Santana Lopes nestes dois anos? Não se lembrou de o desafiar nesse tempo? Só o faz depois de ver o sucesso da entrevista? Não o incomoda sentar-se à frente de um homossexual como o apelidou? Ou quando o apelidou não foi em tom pejorativo? Ah estes homens! As voltas que o "mundo" dá!
Santana Lopes não passa de um agitador tal qual o Correio da Manhã. Lá vai outro adágio popular: "diz-me com quem andas dir-te-ei quem és". 
Antes, riam-se a bom rir às escondidas das graçolas e brejeirices que lhe dedicavam. Nunca se opuseram a este tipo de informação. Até contribuíram para ele com a sua presença - paga - nesses canais. José Sócrates fá-lo de borla para a RTP.
Ficam enrubescidos com a crítica a Cavaco Silva. Mas jornalistas com Jota grande não têm rubor a esse tipo de crítica. Que o diga Ferreira Fernandes na sua crónica diária: 
“Tirando esse deslize, Sócrates foi moderado, criticou no PR falhas de solidariedade institucional. Ora com Cavaco um animal feroz levantaria outra coisa: aquele que é hoje o Presidente de Portugal ganhou de um banco, num ano, mais do dobro do que lá tinha depositado - e, depois de ter sido provado que o banco era de bandidos, não devolveu as mais-valias.” 
Mas, Ferreira Fernandes, ainda disse mais numa crónica anterior:
"Essa é a questão-chave, porque reconhecida e aceite, do desconforto dos portugueses com os seus políticos. Já com os chefes do Governo e da oposição, Sócrates limitou-se a mostrar, em contraexemplo, que Passos tem sido uma cucurbitácea, lá fora, e Seguro, um banana, cá dentro. Daí as minhas críticas por ele ir para essa coisa falsa que é político comentador político. Um político assim deveria ir ao congresso do seu partido e lutar pelo seu lugar."
Para o final da entrevista José Sócrates presenteou os telespectadores com frases de lhe tirar o chapéu: da “Divina Comédia” à entrada no Inferno: "Vós que entrais abandonai toda a esperança". 
É o que este governo nos anda a dizer e fazer. - Elegeste-nos como governo! Perdei toda a confiança que tínheis em nós.
É o que constatamos no nosso dia-a-dia. Sem esperança, tristes e mais pobres
E a uma pergunta de Paulo Ferreira sobre quem tem medo dos seus comentários José Sócrates responde:
- Ninguém tem que ter medo dos meus comentários. Só quem tem medo da democracia é que tem medo dos meus comentários.
A vida é isto... queriam que ele rompesse o silêncio e ele rompeu-o da forma que o sabe fazer. Comunicando num português perfeito tudo o que acha que deve ser dito. Quem não gosta que ponha na borda do prato.           

Sem comentários:

Enviar um comentário