Rádio Freamunde

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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Não somos todos iguais:


Há quem se convença que somos. Logo à nascença há quem nasça num berço de ouro e outros num de palha. Há quem pela mínima coisa tenha quem venha logo em seu socorro e outros que estão à mercê do destino. Somos todos filhos da mesma Constituição da República por isso os direitos e deveres são iguais. 
Sei que não é a Constituição que nos protege no acto. Há um leque de instituições criadas para esses fins. Só que essas instituições têm dois pesos e duas medidas. Se tens problemas e és uma figura pública não falta quem venha em tua defesa. Se és um cidadão anónimo tens de suportar as agruras da vida porque és voltado ao esquecimento. Para provar isso não vou longe. Basta-me dois exemplos passados neste fim-de-semana.

Na festa da Uva, no Porto da Cruz, no domingo passado um homem embriagado – segundo as notícias nos jornais – arremessou um copo de cerveja a Alberto João Jardim e de imediato as forças de segurança detiveram o indivíduo sanando naquele momento o incidente. Nesse mesmo dia e talvez à mesma hora, noutro local de Portugal com leis iguais, um grupo de pessoas do Movimento Anti-touradas, foi atacado por um individuo em cima do seu cavalo que, constantemente investia contra as pessoas.
Aqui não se viram os elementos da ordem pública (G.N.R. ou P.S.P.) a tomar qualquer iniciativa. O individuo investia a seu belo prazer sem ser importunado por ninguém. Alberto João Jardim foi molestado por um cidadão embriagado. O móbil do crime foi um copo de plástico. As pessoas do movimento Anti-touradas foram molestadas por um cavalo com investidas muito fortes e por várias vezes. Sabe-se que quem conduz animais ou viaturas tem de estar habilitadas para tal e é crime tais investidas.

Não quero tomar partido por ninguém. Se Alberto João Jardim foi socorrido e o provocador logo ali detido porque é que as forças de segurança na Torreira não tiveram a mesma actuação? 
Aliás, é mais grave o acontecimento da Torreira do que o de Porto da Cruz. A única diferença é que quem investiu contra Jardim foi um copo de plástico, atirado por um cidadão embriagado que, quer queiramos ou não, não provocava ferimentos; ao contrário, os da Torreira, foi um cavalo também conduzido por um embriagado pela fama, que esteve quase a colidir os cidadãos anónimos. Não os colidiu mas provocou-lhes terror.  

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