Não sendo o Santo Padroeiro de Freamunde, esse papel ficou a cargo do Divino Salvador, todos os anos no segundo domingo de Julho, Freamunde se engalana para fazer desfilar pelas suas ruas a procissão em sua honra. Não é por acaso que aqui ocorrem milhares e milhares de crentes e não crentes. Há anos saía às dezanove horas, com a antecedência de uma hora, dezoito horas, veio contribuir para os forasteiros poderem assistir com mais à-vontade ao seu trajecto e todos sabemos como é longo.
Mas vale a pena, julgo eu, a deslocação a Freamunde neste segundo
domingo de Julho. Podem verificar o trabalho de trezentos e sessenta e cinco
dias dos festeiros para dar seguimento à obra que ano a ano vai sendo legada aos
seus sucessores. Assim como o trabalho voluntário de dezenas e dezenas de zelosas,
outros para fazer parte de figurantes na procissão e os que com o seu esforço físico
acarretam os andores, abdicam dos seus passeios pelo arraial ou de assistir ao
concerto que as bandas de música a essa hora dão nos coretos instalados no
antigo “campo” da Feira. Quem assiste fica maravilhado com a sua ornamentação
quer em flores ou outros arranjos.
Maravilhados com a riqueza do guarda-roupa e a beleza dos
seus andores. Sim! Que de ano para ano parece que a procissão está melhor ou
são os meus olhos que assim a vê. Lembro-me, não sou criança nenhuma, da
dificuldade que se tinha e em certos anos estava a perder qualidade derivado à falta
de voluntários, uns para desfilar como figurantes, outros para contribuir com a
sua experiência no arranjo e planeamento. Hoje pode-se verificar como vale pena
a contribuição de todos para que o Mártir S. Sebastião se sinta feliz com a
honra que lhe prestam.
Os Freamundenses ficam orgulhosos e mais ainda quando estão a assistir
à sua passagem e juntos a eles estão forasteiros que comentam uns para outros: “ - não
haja dúvidas, no que se metem não há quem os comparare!” É evidente que aqui
esquecemos o valor do nosso donativo, com a crise cada vez se torna mais difícil.
Mas somos assim e o que se há-de fazer. O apego à terra, à sua cultura e
tradições transformou-nos num povo sui generis.
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