Há coisas que podem acontecer por brincadeira outras para nos
afirmarmos. Com o passar do tempo ganha-se afeição como se de um filho se
tratasse.
Não! Não estou a falar de um cão porque para esse tem que se ter as
condições necessárias e como habito num apartamento entendo que não devo
sacrificar um animal ao meu prazer. Para isso tem que se ter terreno
circundante para que ele possa desenvolver a sua actividade e com os seus latidos, não incomodar os vizinhos.
O meu “filho” tornou-se muito especial. Durante o dia dedico-lhe muitas
horas. Tenho de o tratar e alimentar para que os “vizinhos” se interessem por
ele e todos os dias o visitem. Está a ficar velho. Faz hoje dois anos.
Umas vezes, pareço uma mãe que todos os dias lhe muda a fralda, lhe faz
todas as vontades, sofre quando as coisas não correm bem. Noutras, pareço um
pai que apetece puxar-lhe as orelhas, dar-lhe uma sapatada no rabo, ou fingir
que não existe.
Mas lá vem o outro dia e não remedeio sem ele. O vício está entranhado.
Procuro motivos para o alimentar e eles são muitos, derivado à conjuntura
política. Não gosto que ele minta, por isso procuro que seja honesto. Mais vale
pobre que ostentar riqueza na base da mentira.
Faço para que as coisas
aconteçam e deixo-o embalar ao correr das notícias. Todos cá podem entrar, a
porta está sempre aberta, se
tens notícias p´ra dar, entras
sempre à hora certa.
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