O Grupo Teatral Freamundense há anos pôs em cena o Barão,
peça em dois actos, com uma interpretação digna de ser vista. Há dois actores,
um já não está entre nós, Costa Alves, no papel de Inspector Escolar e Nelson
Lopes no de Barão, com uma interpretação fantástica, com outros vários actores
que dão corpo à peça, não esquecendo os que não aparecem em cena: Sonoplastia, Luminotecnia, Guarda Roupa e Efeitos Visuais.
Apresento um sketch, o vídeo é longo, para os
Freamundenses e não só verem o que as colectividades amadoras produzem. Devemos
nos orgulhar pela cultura que a nossa terra ostenta. Qualquer grupo de teatro
profissional não faz melhor.
“O Barão, filme de terror de Edgar Pêra inspirado na obra
de Branquinho da Fonseca, vai finalmente chegar ao grande público, depois de a
PIDE ter destruído os negativos do original.
Protagonizam a acção Nuno Melo, Marcos Barbosa, Leonor
Keil, Marina Albuquerque, Vitor Correia e Miguel Sermão.
«O Barão» já foi apresentado no Festival de Roterdão
(onde recebeu o prémio Gold Donkey), sendo hoje tema de uma apresentação na
Fundação Calouste Gulbenkian.
Durante a Segunda Guerra Mundial uma equipa americana de
filmes Série B refugiou-se em Lisboa. No ano de 1943 a produtora Valerie Lewton
casou-se com um actor português que lhe traduziu o conto de Branquinho da
Fonseca «O Barão», acerca de um tirano que aterrorizava a população das
montanhas do Barroso. Valerie viu no texto potencial para um filme de matiz
draculesca. Rodaram em segredo numa fábrica do Barreiro: de dia filmava-se a
versão americana e à noite a portuguesa, segundo o divulgado em comunicado.
A PIDE soube da existência do filme e mandou destruir os
negativos. A equipa técnica foi repatriada e os actores portugueses deportados
para o campo de concentração do Tarrafal. Morreram sob a tortura da frigideira,
um cubículo onde assavam seres humanos. Em 2005 foram descobertas duas bobinas
e o guião do filme nos arquivos do cine-clube do Barreiro. O cineasta Edgar
Pêra aventurou-se no remake, recriando a obra original, refere ainda a
produção.”
SINOPSE
“O Barão, inspirado na obra de Branquinho da Fonseca, é
um remake neuro-gótico dum filme fantasma, realizado durante a II Guerra
Mundial. Proibido pelo Ditador por retratar um tiranete, um vampiro marialva
que aterrorizava os habitantes duma região montanhosa.
A narrativa, expressionisticamente hipnótica, conduz o
Inspector-Narrador-Espectador por uma natureza insólita até ao castelo do
Barão.
Barão é um camaleão emocional. Ora se apresenta dócil, ou
irascível, um homem-javali, «uma pura besta». Vive um amor aprisionado, dentro
e fora de si. Um amor inatingível. Um ideal corrompido.
Idalina, criada aristocrata paira pelo castelo. A sua
esguia e esquiva figura perturba o Inspector. E o Barão.
O Inspector é arrastado para uma noite sem contornos
definidos. Figuras mitológicas irrompem no intervalo: uma Tuna escravizada,
músicos encapuçados liderados por um maestro ciclope. Terror Castiço.”
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