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sábado, 31 de dezembro de 2011

O Guarda Prisional:



É uma missão de alto risco e psicologicamente desgastante. Há quem veja nesta profissão um desenrasque e a forma de auferir um bom ordenado. Só vêem os prós, os contras não contam para nada. Não são nenhuns super - homens mas, a maioria dos que vêem como uma profissão privilegiada, se para ali fossem não aguentavam uma semana. É o stress, o lidar com os desprotegidos da sociedade, o que tudo lhes falta, desde o carinho paternal e maternal, mais tarde transformados em analfabetos e não preparados para enfrentar a vida com dignidade. Mandados para bairros que são autênticos guetos. Depois transformam-se em violentos e o seu lema é atacar para não ser atacado. 
Durante a minha actividade profissional foi com isto que lidei. A uns via-os como uns infelizes apanhados nesta conturbada vida. Outros como realizadores e actores do mundo marginal. A vida destes não tinha significado – diziam eles – era viver o dia-a-dia. Mais cedo ou mais tarde a cadeia esperava por eles. Quantos, após a sua libertação, diziam um até já, outros, reserve-me o número por que me afeiçoei a ele.
É com isto que a nossa vida é passada. Por isso vejo nos Guardas Prisionais e na sua profissão uma profissão de honra. Quem a quiser levar com dignidade chega ao fim da sua carreira, orgulhoso. E, olhem que merece a pena.
Um bom fim e princípio de ano a todos os Guardas Prisionais Portugueses.

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