Felizmente que estamos num país onde a ética é um detalhe que só interessa jornalistas e políticos e as datas do 25 de Abril e 1.º de Maio pretextos para incomodar o Governo.
Foi assim que depois de distribuído o ouro herdado, em permanente campanha eleitoral, Montenegro chegou ao mais importante debate para as eleições que provocou.
No dia reagendado, depois de adiado pelo apagão elétrico, os ministros do governo de gestão, distribuíram-se por todos os canais televisivos a repetir méritos de Montenegro, com o texto tantas vezes recitado.
Foi, aliás, o texto que o próprio Montenegro debitou na RTP-1 a preceder o debate e que repetiu durante o mesmo. Apesar de ter perdido por momentos o sorriso, foi convincente a dizer ao adversário “é preciso sermos sérios”, quando confrontado com a verdade que negou e o polígrafo, cumpliciado com o adversário, confirmou depois.
Durante o apagão cujo aviso por SMS, feito às 17H30, ainda não chegou à maioria dos portugueses, o governo esteve focado em resolver os problemas dos portugueses e das portuguesas, disse Montenegro, facto já revelado pelo ministro Castro Almeida, dizendo que a Maternidade Alfredo da Costa tinha combustível para 1 hora, o que era mentira, mas valorizou as ordens do PM, que ordenou “(…) para os motoristas dos ministros levarem o gasóleo que têm nos seus automóveis para a M.A.C”.
Não se percebeu se era o gasóleo dos automóveis dos ministros ou dos automóveis dos motoristas, mas a capacidade de decisão do governo esteve à altura das circunstâncias e a competência do PM sublinhada!
Se o País não morrer de vergonha, há de morrer a rir.


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