1. Invariavelmente ao domingo, quando vamos almoçar num qualquer restaurante, passamos pela igreja donde saem dezenas de pessoas acabadas de confortarem as “almas” na missa.
Olho-as e procuro entender-lhes as absurdas crenças: o que as leva a iludirem-se em algo tão falho de racionalidade?
Francamente não as consigo entender! Como se acomodam a serem passivas ovelhas de um rebanho, que se deixa arregimentar por quem as quer transformar em tropa fandanga de interesses quase sempre opostos aos que ditariam a sua pertença de classe e aos fundamentos da própria doutrina?
Na crónica de ontem a Carmo Afonso aludiu às interesseiras campanhas com que, cada um a seu modo, Ventura, Marcelo e Bugalho, se procuram afirmar junto de tão amorfo exército. E de pouco interessa, que o fascista defenda ideias tão contrárias ao que o papa Francisco entende como as identitárias do credo de que é o mais alto representante. Ou que o dito presidente dos afetos entenda útil a divulgação da ida quinzenal a Fátima, quando a antiga popularidade se transformou numa maioritária insatisfação com os seus atos. Ou que o mal-afamado imberbe queira acentuar o quão mofas são as ideias, que lhe alimentam os neurónios.
A religião não é só o ópio dos povos: é sobretudo uma hábil ferramenta dos que querem que as coisas continuem a ser como são!
2. Interessante, igualmente, a leitura do texto de Ricardo Paes Mamede sobre a suposta “deriva sovietizante” da proposta de políticas públicas de acordo com a definição de áreas estratégicas para o seu desenvolvimento e que tantas críticas das direitas comentadeiras valeram a Pedro Nuno Santos.
No fundo aquilo que as autoridades dos EUA, da China, de França, da Alemanha e muitas outras fazem como eixo prioritário da sua ação.
3. Van der Leyen vem aí apaparicar a lista da AD às europeias num esforço, que conta com o apoio da primeira-ministra italiana, essa Meloni sobre quem Nathalie Tocci, professora no European University Institute, ex-consultora do Governo italiano e da União Europeia, não tem dúvidas em considerar exemplo paradigmático do que é ser fascista neste século XXI, preenchendo todas as características para assim ser definida.
Segundo a mesma investigadora “a ideia de a direita dura se transformar em qualquer coisa pró-europeia é completamente absurda”. Como se verá no futuro próximo, quando passada a fase da apresentação dos power points para serem acreditados pelos alienados, o (des)governo estiver condenado a atravessar a tal linha vermelha e entregar-se despudoradamente aos que ainda lhe merecem distância.
Publicada por jorge rocha
Do blogue Ventos Semeados
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