Mulheres Soldado reféns do Hamas?

Agora, de repente, os órgãos de manipulação atiraram para a opinião pública com personagens novas na operação do exército de Israel em Gaza.

Segundo os jornalistas que debitam histórias de adormecer, sem explicar o que nos dizem, Israel oferece 40 prisioneiros palestinianos por cada mulher-soldado israelita presa pelo Hamas! De onde vêm estas mulheres-soldado? Ninguém explica. Surgiram do pântano em que vegeta a manipulação.

Foram feitas prisioneiras em combate? Se sim, a narrativa de Israel de estar a eliminar os guerrilheiros palestinianos sem baixas e apenas com artilharia e aviação é falsa. E a contestação dos israelitas ao seu governo deve-se às baixas sofridas numa operação que parecia ser sem sangue israelita, apenas com as bombas disparadas pela artilharia fornecida pe "Ocidente Global" e pelos seus aviões.

Ou então estas mulheres soldados eram, como escrevi num texto logo no início da operação de Israel, membros da guarnição militar das aldeias estratégicas que são os kibbutz. O que desfaz, agora, a narrativa impingida pelos meios de comunicação de que os dois kibbutz, o de Bé'ri e o de Kfar Azza atacados pelo Hamas a 7 de Outubro (a causa terrível que justifica o genocídio e a destruição de Gaza) eram pacíficas aldeias de pacíficos camponeses, que se divertiam num festival de música de Re'im.

De facto - escrevi logo no início - os Kibbutz são instalações militares, guarnecidas por famílias militarizadas - colonos - colocadas na linha da frente da ocupação. São alvos militares legítimos de um exército de ocupação, que não respeita a lei internacional e viola permanentemente as resoluções da ONU.

A comunicação social - submissa e manipuladora - mantem-se muda sobre a origem destas mulheres-soldado, que apenas surgem nos noticiários porque foram incluídas nos rascunhos dos acordos que estão em negociação. Se não fosse, continuaríamos a levar com a história da carochinha que quem morreu foram adolescentes de 13 anos e avós de 80. Isto é, a história da Heidi no Alpes atacada pelo abominável homem das Neves.

Carlos Matos Gomes