Temos sempre como padrão do crime de guerra as atrocidades nazis na Segunda Guerra Mundial. Houve atrocidades fulanizadas, principalmente da polícia política, houve atrocidades cometidas sobre grandes grupos de pessoas. Mas ficamos também a saber por quem estudou estes assuntos a fundo que a eficiência alemã chegou ao ponto de se ter especializado na morte de centenas e centenas de milhares de pessoas de modo a que esse terrível acontecimento não se traduzisse num sofrimento inenarrável para as vítimas, mas também - e principalmente - de modo a não causar consequências traumáticas e inapagáveis na eficiência do carrasco. E é assim que aparecem as câmaras de gás em grande escala. Isto é, de facto, de uma frieza pérfida insuperável, mas para as vítimas muitíssimo pior seria matá-las depois de um sofrimento físico atroz causado pelas mais brutais e desumanas torturas. Os objectivos que os nazis tinham em vista - erradicar certos grupos étnicos, com larga prevalência de judeus – não eram compatíveis com aqueles procedimentos, nem poderiam de modo algum ser obtidos por aqueles métodos. Daí os processos usados na “solução final”.
Daqui o que podemos concluir é que o que se passou na segunda Guerra Mundial não pode servir de padrão para analisar e, principalmente, avaliar o que hoje se passa na Ucrânia ou até já se tenha vindo a passar desde há alguns anos.
Os relatos que diariamente nos chegam de várias fontes e que a comunicação ocidental silencia, total e completamente, constituem o que de mais atroz a natureza humana pode conceber.
Basta ter como padrão o que se passou na Síria e que igualmente foi silenciado para logo percebermos que a “democracia ocidental” não é nada esquisita na escolha dos seus aliados desde que eles desempenhem o papel de que estão encarregados.
O mesmo se passa na Ucrânia onde têm sido cometidas atrocidades difíceis até de imaginar sem que uma voz - uma única – entre os seus aliados censure estes comportamentos.
O que vão dizer os governantes que ainda forem vivos quando tudo se souber: vão dizer que não sabiam de nada; que a comunicação social que lá estava nunca relatou nada de estranho e outras coisas do género.
E aqui já passa a haver alguma similitude com o que se passou na Alemanha durante a guerra. Também ninguém sabia de nada.
José Manuel Correia Pinto
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