Hoje, sem qualquer margem para dúvida, ficou bem claro o que é o liberalismo português: o desconhecimento distante e arrogante que exibe perante a plebe, as ideias que durante os últimos 200 anos repetem como se de um viático para a salvação se tratasse (o viático dos poucos escolhidos) e uma necessidade indisfarçável de tudo transformar em negócio. Irritado com a segurança de um Ventura saído da plebe, Rocha veio com a fatwa do socialismo; ou seja, para os liberais, tudo o que permita a igualdade elementar de ser educado, ser tratado e comparecer perante a Justiça cega é "socialismo". Foram tantas as manifestações de sinceridade de Rocha que, olhando para o perfil social da população portuguesa, surge como evidente que se dirige a 3 ou 4%.
Umas de maior importância que outras. Outrora assim acontecia. É por isso que gosto de as relatar para os mais novos saberem o que fizeram os seus antepassados. Conseguiram fazer de uma coutada, uma aldeia, depois uma vila e, hoje uma cidade, que em tempos primórdios se chamou Fredemundus. «(Frieden, Paz) (Munde, Protecção).» Mais tarde Freamunde. "Acarinhem-na. Ela vem dos pedregulhos e das lutas tribais, cansada do percurso e dos homens. Ela vem do tempo para vencer o Tempo."
Rádio Freamunde
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sexta-feira, 18 de abril de 2025
Os comedores de ostras e os comedores de batatas:
Quando me falam de liberais em Portugal, repito sem alterações a definição que me parece a mais clara: trata-se de ricos que não querem pagar impostos ou de jovens que nunca trabalharam e sonham em ser ricos. Os liberais falam em liberdade, é certo, contrapondo-a ao regime feudal e aos privilégios, se bem que neste particular seja sempre importante lembrar que a desigualdade que envergonhadamente escondem não ter a ver com vinculações de natureza jurídica, mas com a realidade social de um regime que defendem à outrance, segundo o qual cada um é a propriedade que herda, as conexões sociais que o acompanham durante a vida e o dinheiro que obtêm graças à sua rede social de interesses. Nasce-se com riqueza ou sem riqueza, tem-se ou não a educação que se paga, a saúde que cura ou mata e até o poder de contratar ou não os profissionais da justiça que ilibam ou condenam. Os liberais pensam no grupo: o dos beati possidentes, das cadeias de protecção e das carreiras que os concursos viciados lhes produzem.
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