E agora, vou pôr-me no lugar dos combatentes pela libertação do povo à qual pertencem, e falar como se fosse um deles.
"Querem-nos destruir, mas estaremos aqui enquanto o povo palestiniano for massacrado. Porque nós somos do povo. Somos aqueles que nascemos num campo de concentração a céu aberto. Somos aqueles que crescemos a ver os nossos amigos, familiares e vizinhos serem mortos, torturados, levados para sempre,...
Somos aqueles que sobrevivemos à morte e ao desaparecimento.
Somos aqueles que crescemos a ver as nossas casas serem destruídas, as nossas águas serem envenenadas, a nossa indústria, os nossos campos, o nosso porto, o nosso aeroporto, as nossas capacidades pescatorias,... serem destruídas. Somos aqueles que crescemos a ser humilhados, entrarem nas nossas casas e nas nossas terras a qualquer hora (só por maldade) matarem e destruírem,...
Somos os filhos da Palestina humilhada. Somos aqueles que estamos dispostos a lutar pela dignidade do nosso povo.
Somos aqueles que dependemos dum mundo que esteja disposto a ajudar-nos na nossa luta.
Somos aqueles que têm de ser armados pelos outros, que têm de depender da boa vontade dos outros para tudo. Não nos é permitido nem importar nem exportar absolutamente nada. Não temos direitos absolutamente nenhuns no nosso território. Só Oliveiras (agora nem isso), nada mais do que isso.
Somos aqueles que têm de mostrar que estamos aqui por mais cem anos, se necessário for. Somos aqueles que eles ainda não mataram. Somos aqueles que ainda têm quem nos arme na nossa justa luta.
Somos aqueles que querem mostrar ao mundo que não desitem. Mas temos de o mostrar com a cara tapada, simplesmente porque não somos estúpidos. Não queremos ser reconhecidos para sermos presas fáceis. Somos as crianças do passado recente. Somos os jovens de hoje.
Somos os rebeldes por uma luta justa, ou somos os terroristas que vocês acham que somos. Somos o "circo" que quiserem que sejamos.
Mas somos aqueles que fazemos questão de ser. Somos aqueles que não querem ser dizimados."
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