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sábado, 14 de dezembro de 2024

Nenhum Otanasco:

Pode mais dizer que a Rússia perdeu, mas todos estão impedidos de dizer que ganhou (o papá não deixa). Então eles dizem: está assim a modos que empatado.
E os russos respondem: se vocês acham que isto é empate, vamos a prolongamento.
Oops. É como se perto do final do jogo houvesse uma equipa ainda com 11 homens em campo, enquanto à outra restam 3 ou 4 jogadores e mesmo esses em má condição física. A quem convém um prolongamento?
Claro que os Otanascos não querem prolongamento, querem que o jogo termine ali com empate declarado. Mas nas regras da competição diz-se que tem de haver um vencedor claro que será também, o claro vencedor.
Porque se isso não acontecer, se o jogo não acabar, pode terminar em goleada humilhante e isso é mau pois Trump não morre de amores pela OTAN nem gosta de estar na equipa dos perdedores.
A solução mais cómoda para os hegemonistas seria se um gigantesco UFO abduzisse a Ucrânia toda, com território, flora, fauna e pessoas e a colocasse noutra galáxia.
Se isso acontecesse eles poderiam dizer: esqueçam a Ucrânia nunca existiu, foi tudo um jogo divertido como aquele dos UFOS feito pelo Orson Wells via rádio.
Muita gente acreditaria, claro. Isso explicaria muitas coisas desagradáveis, foi tudo um faz de conta.
Só que isso não vai acontecer assim, a Ucrânia vai continuar lá, nesse sítio que os gringos não sabem identificar no mapa, cada vez com menos ucranianos e com mais russos. E com russos que já foram ucranianos e ucranianos que já foram russos. E vai-se falar disso, muito! Mas em russo!
Porque por cá, vai-se falar tanto disso como se fala hoje da Líbia, depois de 'libertada'. Ou como se falará em breve da Síria, também recentemente 'libertada'.
Os países cuja 'libertação' o ocidente aplaude curiosamente desaparecem num sorvedouro de olvido.
E as pessoas que eram tão humanitárias, feministas e preocupadas com as crianças e os direitos das minorias esquecerão a sharia, o enclausuramento das mulheres, a fome das crianças orfãs e as minorias alauíta e cristã porque, vocês sabem, Assad é que era mau e este permitia que as mulheres andassem de rosto descoberto e não perseguia as pessoas por causa de suas religiões. Igualzinho -nesse aspecto - a Saddam, que também não fazia isso. Ditadores laicos? que horror!
Ditadores bons são os teocratas islâmicos.
Menos os iranianos, claro, esses são maus. Tão maus que não obrigam as mulheres a tapar o rosto, só os cabelos.

Ah e Saddam, Assad e os teocratas iranianos permitiam mulheres nas universidades e em lugares de chefia ou em profissões liberais. Elas podiam ser médicas, professoras, advogadas, juízes. Os novos ditadores fofinhos vão fazer o que está certo: o lugar das mulheres é em casa. Maravilhoso, não é, oh hipócritas?

Antonio Gil

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