Pedro Pinto, líder Parlamentar do Chega. O que distingue esta declaração das proferidas por uma milícia nazi, ou por uma qualquer associação criminosa? É terem assento na AR? Então, seria uma milícia eleita?
Há deputados indignados e querem o assunto discutido como "discurso de ódio". Acho esta figura do "discurso de ódio" um erro, que carrega a censura consigo. Não foi isso que aconteceu com o líder Parlamentar do Chega.
Foi o deputado Pedro Delgado Alves que colocou a questão na AR como atentado elementar ao Estado de Direito (que não é grande coisa, concordo, mas é o mínimo que temos). E tem razão - não foi um "discurso", foi o líder de uma organização política, Chega - em representação do Partido na televisão pública - a apelar ao assassinato.
Este Sábado há duas manifestações, a de populações empobrecidas, abandonadas, depois de um homem desarmado ter sido morto pela polícia, e que exigem direito a não ser mortas, convocada pela Vida Justa. E uma manifestação do Chega que pede na televisão, em directo, atirar a matar. E que irá de novo à TV e à AR discursar, com o beneplácito e apoio das instituições do Estado. No Sábado há duas visões opostas do mundo, que se expressam nas ruas. De um lado os que pedem justiça, tentam humanizar a vida. Do outro, do Chega - com a cumplicidade das instituições, que assistem paralisadas - celebra-se a morte.
Raquel Varela
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