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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

«Exterminem todas as bestas»:

É uma frase do romance O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, passado no Congo sob dominação belga. Conrad coloca a frase na boca do sinistro Kurtz, e ela refletia a realidade do colonialismo, da sua ideologia assente no mais violento racismo. Uma ideologia que ditaria a morte dos povos inferiores, que morriam ao entrar em contacto com os povos de cultura superior; através da exploração violenta, das más condições de vida, da ausência de direitos, da concentração em campos de concentração conhecidos por “zombos”, da amputação dos membros – que distinguiam os manches courtes dos manches longues, isto é, aqueles a quem o membro superior era cortado pelo cotovelo ou pelo pulso..

O holocausto nazi na Europa foi a aplicação industrial moderna de uma política de extermínio sobre a qual há muito assentava o domínio europeu na América, Austrália, África e Ásia. Hoje repete-se na Palestina – com os nazis sionistas a considerar os palestinianos como animais. Em Portugal estas aberrações humanas que se consideram superiores já perderam a vergonha e se surgem a promover o extermínio das bestas (os outros), a morte à inteligência e à humanidade é porque sentem ter o apoio de uma matilha. É preciso dizer claramente que o Chega é o representante mais visível desta ideologia nazi e racista. O que os chefes do Chega revelaram como reação aos acontecimentos de que um resultou um morto num bairro da Amadora exclui-os do convívio entre seres humanos - pois eles consideram os outros bestas que devem ser exterminadas, tal qual os nazis alemães consideravam os judeus e os nazis israelitas consideram os palestinianos. Estamos num confronto entre humanidade e bestialidade.

 Carlos Matos Gomes

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