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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Maduro Ganha na Venezuela!:

(João-MC Gomes, In VK, 29-07-2024)


Fosse qual fosse o resultado das eleições os detratores e amigos das políticas ocidentais teriam sempre a “última palavra”. Se Maduro não tivesse ganho diriam: “finalmente reposta a verdade na Venezuela”. Como ganhou evidentemente que o que passam a dizer é que: “foi fraude”, embora se tenha registado a maior participação de sempre nas urnas. Quando, em 2019, Juan Guaidó se tornou amplamente conhecido ao autoproclamar-se “presidente interino da Venezuela”, e desafiando o governo de Maduro, nem sequer havia participado numa eleição presidencial específica nesse período. Depois, em 2020, ele e a maioria da oposição boicotaram as eleições, alegando falta de condições justas e transparentes.

É sempre esse o argumento e, evidentemente que as eleições foram amplamente criticadas internacionalmente por irregularidades e pela falta de participação de importantes partidos da oposição. São sempre criticadas pois aos opositores de Maduro e da sua política as coisas só “estarão bem” quando conseguirem o poder.

Quem teve oportunidade de ver as imensas filas de votantes tem que reconhecer que as eleições foram participadas por quem o quis fazer. Aliás, todos os comentadores ocidentais, imbuídos do “convencimento” de que – “desta vez é que ia ser” – iam assinalando “a imensa participação”. Quase saltavam de contentes ao ver as filas e filas de pessoas, novas e velhas, que até levavam bancos para se sentar e esperar as horas na fila. “Que lindo!”, diziam, “Que grande apego á democracia!”, afirmavam. Claro que esperavam a derrota de Maduro. Como ganhou, “foi fraude!”.

E é nisto que vamos continuar a andar enquanto os cidadãos ocidentais não perceberem que – também eles – são defraudados todos os dias em todas as eleições pelos seus representantes nos parlamentos nacionais e no Parlamento Europeu, o tal que junta as elites políticas para lixar os europeus e comer-lhes as papas na cabeça.

Viva a resiliência dos venezuelanos. Viva a resiliência dos cubanos. Viva a resiliência dos pobres sul-americanos e centro americanos, que há anos são colonizados pelo capital e interesses do norte-americanos e dos seus amigos da Europa.

Do blogue Estátua de Sal 

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