É, no fundo a utilização das artes da natureza. O camaleonismo é de regra. Vende-se gato por lebre. Nuns mercados vendem-se mulas por cavalos, noutros cavalos por mulas. Portugal tem dois talentosos camaleões políticos, Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Portas. Não por acaso, Miguel Sousa Tavares, e Miguel Esteves Cardoso, (além de António Antunes, no cartoon) o mais próximo da excelência na analise da sociedade portuguesa e dos seus "famosos" que mantêm no espaço público criaram barreiras de proteção contra eles de modo as não serem incluídos no lote. O panorama atua é de um espetáculo com muitas luzes e brilhantes para iludir o vazio. Os espetáculos de grande categoria de Filipe Lá Féria são espelhos onde nos rimos em vez de nos coçarmos.
As últimas eleições europeias, entre várias rábulas que revelam o estado da Nação, trouxeram dois indicadores das encenações de feira que, em minha opinião tornam o programa O Preço Certo, de Fernando Mendes um oásis de cultura e veracidade. Um é o jovem Bugalho que é um Marques Mendes daqui a 40 anos e Marques Mendes já era o Marcelo Rebelo de Sousa de há quarenta anos. Isto é o jovem Bugalho escolhido por Montenegro, que está de primeiro ministro, outra excelsa figura da política de feira (no caso de Espinho) esta a 80 anos de Marcelo Rebelo de Sousa, é uma velharia atamancadal à pressa para venda a crentes em que a água benta cura os torcicolos. É a vinda de uma figura de peralvilho de Eça de Queiroz para o século vinte um. E vai encantado para a Europa, não já para Paris, mas para Bruxelas e não de comboio, mas de avião. A outra figura que emerge da campanha de publicidade para representar a "modernidade" lusa na Europa, lá fora, como gostam de dizer, porque cá dentro reina a piolheira dos tempos de Dom Carlos, é o abrilhantinado (Havia a Brilhantina Nacional - para aspirantes engatatões de bairro e o julgo que desaparecido Brylcreem original, inglês, para pipis com pretensões a penetrar na sociedade onde se fazem os bons e seguros negócios com o Estado. A Iniciativa Liberal foi o veículo, a carruagem que os herdeiros da velha classe de bacharéis e comerciantes engendraram para "ganharem a parte do seu que lhes cabe nos fundos europaus (não é gralha). A figura de Cotrim de Figueredo foi a selecionada e cumpre. A IL (o petit nom) é, na realidade e na essência um Chega urbano. De rapinantes do que é público (serviços de saúde, previdència social, justiça social, solidariedade, integração) para o transformarem em lucro público. Ninguém ouviu nem ouvirá a IL, tal como Chega criticarem as comissões dos bancos nem a relação leonina do Banco Central Europeu e da FED americana com os cidadãos através da exclusividade de venda de moeda a baixos juros aos bancos privados para estes o venderem a altos juros aos clientes privados.
Feita esta longa exposição dos novos pastores e da sua velha doutrina, deixo um artigo do Público de ontem, de alguém que não conheço, que não vem, segunda a identificação de fundo de página de uma escola de radicalismo marxista, mas demonstra com a IL é um movimento restauracionista e anti-humanista. Se o Durão Barroso foi classificado pela mulher como um cherne, um peixe apreciado por quem de peixe - o respeitável Cotrim não passará de uma boga. Não sou especialista em peixes, mas sei o que chega para classificar o Ventura do Chega como um achigã (ou será aChega) uma espécie predadora, carnívora importada dos Estados Unidos, que foi introduzida nos rios e barragens para promover os concursos de pesca.
Carlos Matos Gomes
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