O
ex-sindicalista e ativista antirracismo, agente principal do Corpo de
Intervenção da PSP, lamenta a demissão do diretor nacional Barros Correia.
A PSP acaba de
perder o melhor diretor nacional de sempre. Um homem de caráter inviolável, uma
pessoa incomparável e um verdadeiro líder.
Os seus homens,
os seus subordinados, levaram-me a defendê-lo publicamente, pois a hierarquia
superior da época perseguiu-o simplesmente por ser um oficial próximo dos seus
homens e disposto a ajudar tudo e todos dentro do bom senso, da justiça e do
humanismo.
Há muitos anos,
quando este senhor era um jovem subcomissário e eu um jovem polícia,
vice-presidente da ASPP, ainda não nos conhecíamos.
Este homem foi
sempre um comandante admirado, querido e amado por todos com quem contactou.
Quem ler o que
estou a escrever só pode pensar duas coisas: ou o Manuel Morais é um mentiroso
compulsivo e o senhor diretor Barros Correia é o oposto da minha descrição, ou
então quem se atreve a exonerar um homem com esta personalidade e esta
integridade?
Este mundo vive
momentos de confusão absoluta, onde o interesse público é secundarizado em nome
de outros valores duvidosos.
Os humanistas
honrados e valiosos são vilipendiados, desonrados e tratados com desprezo, como
se fossem lixo.
Com a saída
deste diretor, a esperança de que “o tal discurso”, que tanto nos preocupa, se
desvaneça nesta organização tornou-se uma miragem. A polícia perdeu
efetivamente o melhor diretor de todos os tempos, e a sociedade perdeu um
diretor nacional humanista e vocacionado para a causa pública, a esperança de
uma polícia muito mais humana e próxima dos cidadãos.
Este ato
incompreensível é revoltante, tanto como polícia, como como cidadão e como ser
humano.
Manuel Morais
Agente Principal
da PSP
No DN
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