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sexta-feira, 12 de abril de 2024

Morreu um homem bom e justo:

Que nos provou que um homem bom e justo não muda instituições que estão erradas, a priori, mas também demonstrou que não somos todos iguais. Carlos Moreno, juiz do Tribunal de Contas, lutou contra a corrupção sem tentar ser deputado, ir para o poder ou vender banha da cobra e violência, como fazem as organizações neofascistas pelo mundo. Não fez um vídeo de 10 segundos a ofender alguém, escreveu um livro inteiro com denuncias demonstradas e propostas contra a corrupção, sustentadas.
Na semana passada quando referi o seu livro, uma pedrada no charco contra as PPPs (que o Chega e a iniciativa liberal em Portugal defendem e pedem aliás mais PPPs, com o "cheque ensino e cheque saúde"), não me recordei do seu nome, escreveram-me a dizer que tinha acabado de morrer, o enterro foi esta semana. Fiquei triste. Conheci-o, admirava-o, conversámos muito sobre o estado a que o Estado chegou, era corajoso, sábio, humilde e sério, o tema da corrupção era-lhe insuportável e deixou sobre isso um livro notável "Como o Estado Gasta o Nosso Dinheiro".
Deixo o vídeo aqui onde referi o seu livro, com o imperdoável lapso de me ter então esquecido do seu nome. À familia os meus sentimentos.
O país perde alguém sério, como muitos que passaram pelo Estado e compreenderam que as privatizações e os negócios público-privado são um desastre, mas é isso que está inscrito, no programa do PS, do PSD, ainda mais na IL e ainda mais no Chega: usar-se dinheiros públicos para negócios privados, modelo neoliberal que acarreta o custo do lucro para toda a sociedade, degradam ainda mais os serviços públicos e são uma porta aberta à corrupção.
Raquel Varela

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