"É uma sensação estranha quando se chega a Bruxelas vindo da Hungria. A Hungria parece um país perfeitamente normal. Temos um estado de espírito calmo e racional e se viermos a Bruxelas e falarmos com os políticos, ficamos surpreendidos. Existe uma atmosfera militar, uma linguagem militar, uma lógica militar. Os líderes falam como se estivessem a travar a sua própria guerra contra a Rússia. E agora estão a dizer que devem ser colocados soldados na Ucrânia.
Não sabemos exatamente o que querem dizer, onde devem ser colocados, com que armas e para que fins. Mas já começaram a preparar-se para o facto de que, nesta situação, seria muito natural que os países da Europa Ocidental instalassem postos militares em território ucraniano, o que chocaria os húngaros. Por isso, tive a impressão de estar noutra galáxia e temos de ter cuidado para não cairmos na psicose destes cerca de vinte chefes de governo.
[Até onde é que os líderes ocidentais estão dispostos a ir para apoiar a Ucrânia?] O mais alarmante de toda esta história é que o que era impensável há apenas dois ou três meses está agora, dois ou três meses depois, a tornar-se uma ocorrência quotidiana".
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